segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A IMPERCEPTÍVEL OBSESSÃO



Segundo o dicionário, o vocábulo "obsessão" origina-se da palavra latina obsessione que significa impertinência, perseguição, vexação; preocupação com determinada idéia que domina doentiamente o espírito, e resultante ou não de sentimentos recalcados; idéia fixa; mania.

A partir de 1998, a Organização Mundial da saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Desta forma, a obsessão espiritual, oficialmente passou a ser conhecida na medicina como posessão e estado de transe, que é um íten do CID - o Codigo Internacional de Doenças - que permite o diagnóstico da interferência espiritual obsessora.
O ser humano é portador de um vasto currículo de vivências nas quais desempenhou distintos papéis no palco da vida. E dessa diversidade de representações no cenário vital, restou do (re)encontro com outros espíritos encarnados, uma considerável energia acumulada de sentimentos não resolvidos, que como uma teia interdimensional, permanece unindo com seus fios invisíveis passado, presente e futuro.
A seguir, veremos com a contribuição do espiritismo, alguns importantes tópicos para o tema proposto neste artigo, como os conceitos de obsessão, auto-obsessão e causas e fatores predisponentes da obsessão.

OBSESSÃO E AUTO-OBSESSÃO
Para o espiritismo, obsessão é a ação persistente que um espírito inferior exerce sobre um indivíduo, e que apresenta aspectos muito diferentes, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa no organismo e nas faculdades mentais. Em relação à auto-obsessão, o espiritismo informa que é um vínculo de natureza intrapsíquico que independe de outra mente, isto é, o indivíduo é obsessor de si mesmo. Segundo as suas raízes, o processo da auto-obsessão pode ter origem nas experiências conscienciais traumáticas desta vida, ou na ação anímica, bioenergética, de ressonância com vivências da propria pessoa em vidas passadas, em função de seu compromentimento cármico. Porém, o estado mental gerado pela auto-obsessão pode abrir caminho aos desencarnados, instalando-se assim, o desequilíbrio por obsessão.

CAUSAS DA OBSESSÃO
Obsessão por vínculos anteriores são processos obsessivos que se estabelecem por vínculos de ódio e desejo incontido de vingança, em razão de relações ocorridas em vidas passadas, imantando o obsessor - que sente-se ferido e injustiçado ao obsediado - que traz impresso em seu periespírito as matrizes da culpa ou do remorso, buscando aquele "fazer justiça" com as próprias mãos, por ainda não vivenciar a lição do perdão.
Obsessão por vínculo de convivência momentânea são processos obsessivos que decorrem do fato de determinadas entidades espirituais, ainda atreladas às sensações da matéria, usufruí-las por intermédio de indivíduos portadores das mesmas sensações. Como exemplos: alcoolismo, uso de drogas e incontinência sexual.

FATORES PREDISPONENTES À OBSESSÃO
Pensamentos, estados emocionais e comportamentos negativos criam zonas mórbidas em nosso campo mental, facultando a inoculação de emissão mental alheia, que por ser de teor inferior, age em nós como se fora uma afecção mental, instalando-se, em decorrência, o processo obsessivo. Como fatores predisponentes à obsessão, temos a agressividade, ambição desmedida, ausência de valores éticos, incontinência sexual, inveja, ciumes, desequilíbrio e descontrole psicológico, emocional e afetivo; disputas de poder, egoísmo, fanatismo, narcisismo, avareza, predisposições mórbidas e vícios em geral. Na verdade, os fatores predisponentes revelam a falta de moralidade, tanto dos encarnados como dos desencarnados, a se expressar em forma de pensamentos, sentimentos e comportamentos desequilibrados.

COMENTÁRIO
Não raramente, terapeutas lidam com a auto-obsessão (as doenças fantasmas, por exemplo) e com a obsessão espiritual em seus consultórios. A Psicoterapia Interdimensional, a Psicoterapia Reencarnacionista e a Terapia Regressiva Evolutiva, são métodos terapêuticos que aceitam a realidade do processo obsessivo como a causa de muitos desequilíbrios psíquicos. E essa realidade de vínculo obsessivo entre espírito obsessor e paciente, naturalmente manifesta-se durante as experiências regressivas, revelando que nos "bastidores" de alguns diagnósticos referentes à distúrbios psiquiátricos, há algo ainda imperceptível à luz do conhecimento científico que precisa ser revelado e aceito para que os tratamentos sejam mais eficazes e completos.
Nunca é demasiado alertarmos que saúde física e mental está associado a exercícios físicos regulares, alimentação adequada, prece ou meditação como forma de elevação da sintonia, e, principalmente, à vigilância nos que diz respeito aos próprios pensamentos e atos praticados na direção do bem e do amor fraternal. Com essa atitude diante da vida, manteremos a frequência vibratória elevada e a paz de espírito duradoura, além de abrir um permanente canal de contato com a espiritualidade superior, como registra Emmanuel através da psicografia de Chico Xavier: "Se conduzes o problema da obsessão com lucidez bastante para compreender as próprias necessidades, não desconheces que a renovação da companhia espiritual inferior a quem te ajustas, depende de tua própria renovação".
Portanto, pensamentos fixos ou sentimentos arraigados ao passado, que nos desarmamonizam e nos fazem adoecer, podem ser sintomas de um processo obsessivo-espiritual ou anímico (auto-obsessão) aos quais estamos, imperceptivelmente, atrelados. O tratamento psicoterápico em conexão com o tratamento espiritual e floral, tornam-se fatores indispensáveis no sentido de conscientizar o indivíduo para a busca do equilíbrio bio-psíquico-espiritual, que quando conquistado, propicia-lhe uma agradável sensação de bem-estar e uma nova visão de vida.
[Flávio Bastos]

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