quarta-feira, 1 de setembro de 2010

CÃES

Os cães que dormem não dormem para sempre


Todo pensamento que já passou por nossas cabeças, toda emoção — agradável ou não —, toda percepção, julgamento, aprendizado, treinamento ou programação que recebemos — tudo isso está adormecido em nosso ser. Uns ladram. Alguns mordem. Outros soluçam. Mas todos desempenham um papel na forma como agimos. Alimentamos esses cães com as realidades internas na mente, da emoção e do espírito, mas eles foram ao mesmo tempo alimentados com a nossa realidade externa. A alimentação é combustível! A natureza do combustível de nossas realidades interna e externa, combinadas, determina se estamos criando um Pit Bull feroz ou um doce Spaniel.
O medo é um Pit Bull. Quando você tem medo — medo de não ser ouvido, reconhecido, de não ser importante e de não ter importância o que você sente —, o seu orgulho ferido estará sempre presente nos seus atos. Algum aspecto interno de seu eu estará gritando na sua mente: “Essa pessoa pensa que eu sou um derrotado!” Na pior das hipóteses, a voz orgulhosa no fundo de sua mente vai provocar: “Quem ela pensa que é? Ela não pode me tratar assim! Vou mostrar quem eu sou!” Em todos os casos, seu orgulho pode se calar sem fornecer qualquer indicação do que você deve fazer em seguida. Sem dar qualquer apoio interno, qualquer aprovação. Esse silêncio provavelmente é mais aterrador do que ser provocado e agir.
Quando o medo domina, o ego ocupa a cena. O ego, esse anjo de asas escuras que, como um cão raivoso, muitas vezes susurra mensagens conflitantes, vai trazer à sua mente, em 30 segundos ou menos, as experiências passadas que o humilharam e constrangeram. Vai trazer a lembrança de quem o desafiou, desprezou quem atingiu você sem lhe dar chance de revidar. O cão vai acordar e começar a latir.
Quando o orgulho é ferido e um ego não reconhecido entram em cena, você vai se lembrar de todas as corridas de revezamento que perdeu. Cada ocasião em que se saiu mal. Bem diante dos seus olhos, vai aparecer o fato distante em que você estava morrendo de medo, totalmente inseguro, e, quando pediu ajuda, riram de você e o abandonaram, sem ouví-lo. É essa lembrança particularmente dolorosa que irá direto para a sua mente, fazendo com que você se feche ou dê um ataque.
Em resposta a um cachorro latindo na sua cabeça, você pode se tornar violento ou se fechar. Nos dois casos, quem chegar perto também vai ficar cara a cara com o cão que há em você, porque seu comportamento vai refletir o comportamento dele. Você rosna, late, gane ou foge, dependendo do que o cachorro interno lhe disser para fazer.
Na maioria dos casos, aquele que foi treinado, pela experiência ou pelo exemplo, sobre como um homem deve agir quando confrontado por um cão não vai fugir. Vai se defender. A forma como se defenderá vai depender de sua realidade interna, do número e das raças de cães que ganham vida em sua consciência.
No caso de Phillip, o Pit Bull acordou, rosnou, latiu e fez com que ele mordesse. Morder é uma forma de ataque — uma entre muitas. A guerra é outra. Alcoolismo, o uso de drogas e brigas de bar são maneiras comuns de homens e mulheres atacarem.
Os homens atacam especialmente quando se sentem impotentes, oprimidos, amedrontados ou raivosos. Também perdem o controle quando há um conflito entre os níveis de sua realidade interna. Os homens tendem a agir assim quando estão sofrendo. Isso não é uma desculpa, mas uma realidade com que a maioria de nós convive.
(Trecho extraído do livro “Descubra sua Essência Espiritual”, do autor Zanzant Iyanla).
[Enviado por Sérgio Gonçalves]

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