domingo, 25 de julho de 2010

O QUE SOU?

Dias atrás conversava com um amigo que estava demonstrando beirar o processo depressivo. Nada estava bom para ele.
Sentava-se isolado e ficava olhando o nada. Com os pensamentos distantes e, obviamente, sempre analisando as coisas pelo lado ruim.
Quando conversava com as pessoas, falava sobre acidentes, sobre seres que estavam indo para o hospital, e potencializava as dificuldades. Assuntos que só agregavam energia negativa e enfatizavam o lado ruim das pessoas.
Maior evidência de que ele estava mal era impossível.
Cheguei perto dele e perguntei, apesar de saber de antemão a resposta:
— Tudo bem?
Hein? Respondeu, numa nítida demonstração de que estava muito, mas muito distante de si e da realidade em que estava vivendo. Porém, "voltou onde estava" com a minha abordagem.
— Tudo bem? Repeti para ele.
Sim, sim, tudo bem... rebateu querendo entrar de cabeça no novo momento e mascarar-se como se estivesse bem. Fingia, na realidade.
— Você já se perguntou: O QUE SOU?
Como?
— Você já se perguntou: O QUE SOU? Repeti olhando firme em seus olhos.
Ele desviou o olhar e disse:
Não entendi...
— Entendeu, sim. Eu lhe perguntei se você já se perguntou: O QUE SOU?
Não, não me perguntei ainda. Nunca pensei nisso. E o que isso tem a ver comigo?
— Tudo, respondi. Se você não sabe o que é, poderá pegar qualquer caminho que nunca irá chegar a lugar algum. Jamais saberá entender o que acontece à sua volta, consigo mesmo e com a sua vida. Será um eterno seguidor e permitirá que outros o manipulem. Completei.
Pensava em algo parecido... Por que as coisas estão ficando difíceis? Por que eu não consigo me superar e onde está a origem do problema? Já faz dias que me preocupo em resolver esta pepineira toda e parece que a cada dia tudo fica maior...
— Exatamente por isso. Tudo fica grande quando não sabemos o que somos. Quando agimos desta forma, as coisas na vida são "coincidências", as pessoas "aparecem" sem que saibamos por que. As doenças se fazem presentes rapidamente. Ficamos fragilizados, gripados, com dor de cabeça, enxaqueca, etc.. E só dá vontade de sumir do mapa... Não é verdade?
É sim. É verdade. Disse.
— Então, que tal você se perguntar e responder para si mesmo: O QUE SOU?
Pois esse é o problema... Não sei. Retornou...
— É fácil verificar que você não sabe. Basta olhar para sua postura e atitude... VOCÊ É ENERGIA, meu amigo. Portanto, é refém da energia que produz para si mesmo. Seus pensamentos são a sua fonte de alimento energético. Eles brotam de seus valores e da forma como você vive. Depois de pensar, agimos. Ou simplesmente não fazemos nada. É SEMPRE NOSSA ESCOLHA o caminho que iremos seguir. Normalmente é mais cômodo não fazer nada e responsabilizar os outros por nossos fracassos. Porém, se estamos conscientes que somos reféns da energia que produzimos, começamos a policiar nossos pensamentos e também o que verbalizamos. Conviver com pessoas que só falam mal dos outros nos deixa, igualmente, mal.
Diante disso é muito melhor evitar falar de acidentes, de maldades, de fofocas e da desgraça em si. Inverter o rumo -na realidade- e começar a agregar coisas boas em nossa mente. Precisamos cuidar do que pensamos para que assim não estejamos em estado de maldade. Quando ficamos irritados levamos seis horas para recuperar a serenidade. Ora, se nossa vida é um buraco de problemas, como queremos ser felizes e saudáveis? Quando não se está bem o melhor é parar de tomar decisões. Ir para um canto e meditar. Acalmar a mente e logo recuperar a boa energia.
É com a boa energia que adotaremos as atitudes adequadas à nossa vida...
Hoje, o meu amigo, depois de saber que é pura energia, policia o que pensa e mudou até sua fisionomia... Está aparentando ser mais jovem... Na realidade é a jovialidade da alma que se faz presente agora em sua vida e em suas atitudes.
É nossa opção o que produzimos de energia e também com que passaremos a conviver no presente e no futuro. Sou o que decido ser.
[Saul Brandalise Jr.]

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