O comportamento é a forma como nos apresentamos socialmente, ou seja, a expressão de nossos sentimentos, emoções e maneira de ser que envolvem nossos atos no cotidiano da vida. O comportamento, portanto, é a nossa imagem projetada no meio sócio-familiar.
Essa imagem, muitas vezes, sem percebermos, carrega consigo tendências ou vícios de comportamento como a leviandade, a criticidade exagerada, o sarcasmo, entre outros defeitos de caráter...
Características pessoais que acabam tornando-se "marca registrada" de nossa personalidade e influenciando na construção de nossa imagem projetada no âmbito das relações humanas.
Não seria problema se essas tendências comportamentais não cristalizassem com o passar do tempo, levando o indivíduo a se tornar um crítico da "própria sombra", ou um sarcástico de assuntos considerados sérios, ou ainda, um observador leviano contumaz...
Tendências ou vícios comportamentais são características individuais que interferem negativamente na evolução do espírito, pois são mecanismos de atuação psíquica, que ao interferirem no fluir do autoconhecimento, impedem que a fé ou a crença se fortaleçam.
O desenvolvimento da autodisciplina é imprescindível no sentido de "combater" tendências ou vícios de comportamento. A autovigilância, quando levada a sério pelo indivíduo que deseja, convictamente, transformar-se moralmente, já é meio caminho andado para uma tomada de atitude renovadora em sua vida.
Libertar-se dos vícios de caráter que nos acompanham há muito tempo, sempre é um desafio espinhoso, mas não impossível de superar quando a firme vontade está associada à perseverança no Bem.
A falta de disciplina inserida na filosofia de vida, assim como a falta do lúdico quando a disciplina é exagerada, causam desequilíbrios na esfera comportamental do indivíduo, com repercussões no âmbito das relações afetivas. No entanto, para que se processe naturalmente a expansão da consciência, não podemos abdicar do senso de auto-responsabilidade como requisito básico para que a autodisciplina seja fator importante na conquista de etapas do autodescobrimento.
Uma mente muito dispersiva, confusa e perdida no hábito-vício da crítica negativa, do sarcasmo ou da observação leviana, representa uma consciência paralisada no seu processo de autoconhecimento.
Toda situação de tendência comportamental exagerada, característica que a pessoa carrega consigo no dia-a-dia e da qual não consegue libertar-se, com repercussões desagradáveis em seus relacionamentos interpessoais, é passível de ajuda psicoterapêutica.
Quando nos encontramos em um labirinto vital com dificuldades de visualizarmos a saída, é momento de prestarmos atenção ao sinal de alerta que nos avisa sobre a necessidade de buscarmos ajuda para que a saída seja encontrada.
Viver - e morrer - com vícios comportamentais que afastam pessoas que poderiam acrescentar, e atraem outras que afinizam conosco, mas que nada acrescentam em termos de crescimento pessoal, é uma perda de tempo para o ser dotado de inteligência e de imensa capacidade de amar e ser amado.
Amadurecimento, como já registramos, implica em disciplina e senso de responsabilidade consigo próprio e com o mundo de relações que nos cerca. Conviver na crítica exagerada ou no sarcasmo como forma sutil e indireta (transferencial) de agressão, é atitude infantil de defesa que exige, no mínimo, reflexão.
Prestar atenção às suas tendências negativas ou vícios comportamentais, é dever de quem pretende amadurecer na esfera de suas emoções e sentimentos não resolvidos.
Hoje, temos a clareza em relação à somatização de doenças, como a úlcera gástrica e o câncer, originadas pelo fato da pessoa ser amarga, crítica e severa consigo mesma, com o outrem e com o mundo.
Não nascemos por acaso e não viemos ao mundo à toa. A nossa estadia na dimensão física tem um significado que transcende em muito as nossas incompreensões e dúvidas a respeito de nossa existência.
Se quisermos crescer com a oportunidade dada, resta-nos perceber o momento vital para encaminharmos as mudanças de atitudes das quais necessitamos. Caso contrário, permaneceremos céticos e indiferentes vendo a vida passar através de nossa limitada visão.
Erradicar vícios comportamentais através de um melhor nível de autoconhecimento é obrigação de quem luta para libertar-se de atávicas acomodações que interferem negativamente no processo de evolução consciencial.
Portanto, estará sempre o ser inteligente diante do maior de seus desafios: tranformar pelo processo de reforma íntima, vícios e tendências negativas em atitudes positivas, enobrecedoras que elevam o espírito.
[Flávio Bastos]
Quando li os primeiros dois parágrafos achei que finalmente estavas usando teu dom jornalistico para falar sobre ti.rsrsrs
ResponderExcluirDe qualquer forma o texto é muito pertinente ao meu momento atual. Serviu como alerta e uma parada para reflexão.