quarta-feira, 27 de outubro de 2010

VOCÊ SABE O QUE É VÍCIO?



Como você define o vício? Você já pensou nisso?
A Wikipedia define assim esta palavra: Vício (do latim "vitium", que significa "falha ou defeito") é um hábito repetitivo que degenera ou causa algum prejuízo ao viciado e aos que com ele convivem. O termo também é utilizado de forma amena, muitas vezes deixando um índice de sua acepção completa. Por exemplo, viciado em chocolate.
Seu oposto é a virtude. Então, agora sabemos o que é vício, não é mesmo? Numa conhecida sociedade secreta esotérica da qual faço parte, pergunta-se ao neófito que quer adentrar a Ordem como ele define o vicio. Como o neófito normalmente não sabe como responder, lhe se fornece uma resposta: "Vício é tudo aquilo que escraviza o homem e que o torna refém dos seus instintos". Pois, então, estamos afirmando que escravidão é oposto de liberdade. É aí que inicia a confusão. Vocês já perguntaram para um fumante porque ele não larga o vício de fumar? Normalmente, o fumante lhe responde: "Eu largo quando eu quiser. Não sou viciado. Não largo o cigarro porque ele me faz bem. Me dá prazer. Eu sou livre pra fazer o que eu quero"! Mentira, ele não é livre coisa nenhuma! Ele é escravo do cigarro que o induziu no início com a falsa promessa de um prazer rápido e fácil de obter. Do mesmo modo irá responder o viciado em droga, de qualquer droga, até mesmo aquele que não pode abrir mão de um simples remédio antidepressivo, tão usual e tão fácil de comprar. Então, eu respondo: "Você não é livre coisa nenhuma, você é escravo!"
Já é sabido e comprovado que o vício não prejudica somente o viciado, mas também aqueles que com ele convivem. Por essa razão, além de se tornar escravo, o viciado também se torna um malefício para a sociedade em que vive. E então, qual é a vantagem? A única vantagem está do lado das empresas que nos vendem esses fragmentos de felicidade! Que engodo!
Concordamos que vivemos numa sociedade que nos ensina que a felicidade está ao alcance de nossa mão. Podemos consegui-la facilmente nas gôndolas dos supermercados -especialmente onde ficam as guloseimas- nas farmácias e drogarias, ou nas vitrines dos shoppings ou, pior ainda, nos circuitos do tráfico! Vocês já se perguntaram por que aumentou no mundo o índice dos doentes de diabetes? Porque as pessoas procuram os doces e as farinhas para suprir a necessidade de usufruir o lado 'doce' da vida! O açúcar, como as outras farinhas brancas (inclusive a cocaína!) nos proporciona um prazer imediato, uma sensação de vigor e bem estar que erroneamente interpretamos como sendo a felicidade. Vocês já perceberam que até o sexo se tornou um vício? Nos tornamos escravos e dependentes, procurando algo que não alcançaremos nunca se continuarmos a procurá-la 'exteriormente', pois a 'felicidade' é um estado interior e não exterior.
A tentação vem camuflada pela mídia e pelas estratégias de marketing sob todas as formas e nem sempre conseguimos nos dar conta que caímos nas garras dos produtos destinados a nos causar dependência. Esta semana circulou pela Internet um email alertando sob o fato de comprarmos água engarrafada em garrafas de plástico (extremamente poluidoras para o meio-ambiente) no lugar de tomar água da torneira. No entanto, pagamos às prefeituras o recebimento de água tratada. Então, por que não confiamos e bebemos água de torneira? Porque 'sabemos' que a água da torneira não é boa para beber, cheira mal, tem gosto ruim, etc. etc. Mas, com um simples filtro podemos melhorar estes fatores negativos e, afinal de contas, não pagamos caro pela água que chega às nossas torneiras? Então, por que compramos água em garrafas? Porque fomos condicionados pelo marketing que alardeia com belas paisagens bucólicas que a água de tal ou tal marca é 'melhor para a saúde'. Pessoal, a nossa saúde depende do nosso equilíbrio mental: Mens sana in corpore sano, diziam os romanos!
Esta semana vou propor uma reflexão sobre os nossos vícios. Todos nós temos alguns, mais ou menos nocivos. Eu incluída. Não escapamos facilmente deste condicionamento. Mas tenho certeza que podemos exercer a 'virtude' corrigindo os pequenos atos falhos que cometemos e que nos escravizam. Vamos identificar nossos vícios e nos livrar deles? O primeiro passo está no reconhecimento do vicio. O segundo passo será dado quando encontrarmos a força de vontade para nos livrar dele.
Se nos livramos da escravidão do vicio — qualquer que ele seja — tanto melhor viveremos satisfeitos e felizes, e plenamente em harmonia com nosso planeta.
[Graziella Marraccini]

Nenhum comentário:

Postar um comentário