terça-feira, 31 de agosto de 2010

AGOSTO


Em 2008, escrevi sobre a importância do mês de agosto -e o que representa para nós podermos estar, nesta oportunidade, ao nosso gosto.
É óbvio que se trata de uma forte quebra de paradigma, afinal, passamos nossa vida toda sendo adestrados a achar que o mês é terrível, e que nele a cautela tem que imperar.
Não é verdade. Não vou discutir e evidenciar as razões que levaram os manipuladores a tratar este mês desta maneira.
Este é o mês em que devemos procurar fazer tudo ao nosso gosto. Viajar, visitar amigos, declarar a nossa independência com relação a nossos hábitos e desejos.
Sermos, efetivamente, senhores e senhoras de nossas vontades.
Vencer desafios e direcionarmos nossos sonhos de acordo como que queremos.
Temos, sim, que exercitar a liberdade de sermos nós mesmos a determinar as nossas buscas e conquistas. Ninguém tem o direito de interferir em nosso Livre-Arbítrio.
É com ele, com o exercício do Livre-Arbítrio, que aprendemos, que plantamos e que exercemos as nossas vontades, fruto de nossos sonhos.
Jamais impeça alguém de sonhar e de estar ao seu gosto quando e onde bem entender. Principalmente, neste mês.
Não é por que a pessoa é seu filho que você tem o direito de interferir em seu aprendizado. Não é por que você é filho que tem que ser submisso e só obedecer. V. tem que aprender a andar com suas próprias pernas. Decida agora para saber definir depois. Quem obedece e copia, jamais irá saber cuidar de si mesmo.
Nunca o diálogo foi tão importante quanto nos dias atuais. As informações estão disponíveis para questionarmos e para assimilarmos o que bem entendermos ser de nossa vontade.
Se você é submisso, que tal gritar independência neste mês em que tudo tem que ser ao seu gosto?
Eu estou ao meu gosto!
Você também pode estar, basta querer, basta deixar de ser coitadinho, basta se posicionar, basta parar de reclamar e TOMAR ATITUDES.
Nossa vida é feita de superação de obstáculos e não de submissão.
[Saul Brandalise Jr.]

PENSAMENTO DO DIA

"O despertador é um acidente de tráfego de sono." [Mário Quintana]

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A EXPERIÊNCIA DO VAZIO


Para a maioria dos seres humanos, o sentimento de vazio é sentido como extremamente negativo. Mas, sob a ótica espiritual, o vazio consiste na ausência completa de pensamentos, o momento em que o turbilhão da mente cessa e podemos, enfim, entrar numa dimensão do ser que só pode existir no silêncio.
Quando ainda dominados pela mente e o ego, o ser humano foge do silêncio, buscando ocupar todos os momentos de seu dia com a maior quantidade possível de atividade e barulho.
Aqueles que ainda não despertaram para a verdade, encaram o silêncio como amedrontador, como se ao entrarem em contato com seu mundo interior, pudessem descobrir ali, pensamentos e emoções que gostariam de evitar.
Mas a harmonia e a paz com que tanto sonhamos, somente podem surgir a partir deste mergulho no silêncio, que nos permitirá obter uma visão real acerca de quem somos, e de onde se originam as crenças que cultivamos acerca de nós mesmos.
Sem esta consciência, seguimos buscando ocupar nossa atenção com falsos valores e necessidades ilusórias, que nos são vendidas pelo mundo exterior, como geradores de felicidade.
Ter a coragem de adentrar no silêncio e perceber o que ele revela é uma experiência transformadora. Para tanto, basta que nos entreguemos de modo confiante, pois somente esta entrega permitirá que o divino que habita em nós se expresse em toda a sua plenitude.
"O bambu é muito amado pelos poetas Zen, por sua enorme qualidade de ser oco.
A partir deste oco do bambu, uma flauta pode ser feita. O bambu não vai cantar, mas pode permitir que qualquer música passe por ele.
Na meditação, você tem que se tornar oco, como um bambu, de modo que o Todo, a própria existência, possa cantar a sua música através de você. Você se torna apenas uma parte, dançando, porque os ventos do Todo estão passando por você. A energia do Todo tomou posse de você. Você está possuído, você não existe mais, o Todo é.
Neste momento, como o silêncio penetra em você, você pode entender o significado dele - porque ele é o mesmo silêncio vivenciado pelo Buda Gautama. É o mesmo silêncio de Chuang Tzu ou Bodhidharma, Nansen ...
O sabor do silêncio é o mesmo. Os tempos mudam, o mundo vai mudando, mas a experiência do silêncio, a alegria dela, permanece a mesma. Essa é a única coisa com a qual você pode contar, a única coisa que nunca morre. É a única coisa que você pode chamar de seu próprio ser."
OSHO - Zen: The Diamond Thunderbolt
[Elisabeth Cavalcante]

PENSAMENTO DO DIA

"Não é com prazer que vemos outros superarem-nos em inteligência." [Texto Xintoísta]

domingo, 29 de agosto de 2010

NÃO DESISTA... NÃO SE DÊ POR VENCIDO!

"Na vida, ao contrário do xadrez, o jogo continua depois do xeque-mate".
[Isaac Asimov]

Então, sempre é tempo de fazer mudanças, reparos, de tentar de novo, de se dar mais uma chance. Não importa em que setor da vida está meio emperrado. Estar parado por aí, bem pode ser um ponto de partida. Com tantas voltas que a vida dá - quem sabe na próxima rodada, você possa ir adiante.
Uma coisa impressionante no dia-a-dia de cada um é a capacidade de renovação que todo indivíduo tem. Pense um pouco na cicatrização da pele, por exemplo. Quantas e quantas vezes a pele das mãos sofreu algum tipo de abrasão, arranhão, queimadura, corte, entre mil outras coisinhas capazes de machucar, ferir ou magoar a pele fina do dorso de ambas as mãos?
O mesmo me parece que ocorre lá por dentro de todos nós. Não importa a raladura que a alma levou, ela vai acabar se refazendo, vida após vida que seja, mas com certeza, numa delas, ela irá se refazer. E se é possível realizar este trabalho de restauração minuciosa e delicada da alma, que dirá o bom trabalho que podemos fazer com os sentimentos e coma as frustrações vividas, que não são poucas para a pessoa humana no dia-a-dia.
Sei que é sofrido o caminho até encontrar o melhor remédio. Pode ser mesmo demorado para descobrir o remédio certo que melhore a dor, talvez ainda estejam pesquisando, fabricando aquele que servirá para esta sua dor.
Mas o tempo, ah, o tempo, fiel escudeiro... que tem nele a marca registrada dos que já tiveram feridas abertas e cicatrizadas por conta única e exclusiva dele.
Entretanto, o importante é saber que é de dentro para fora que se realizam as melhores cicatrizações. Então, se está esfolado, magoado, se dê um tempo, chore sua dor, lamba suas feridas, isso não é sinal de fraqueza ou de gente chata que quer ficar vivendo da dor; cada um sabe o tamanho do estrago que causou àquela determinada situação. Ninguém mais é capaz de avaliar com precisão o estrago que fez em outrem aquela dor.
O como cada um sente e reage à determinada circunstância dolorosa é muito particular. Pode, sim, quem está de fora, através da empatia, supor o que o outro está sentindo, mas com exatidão não dá...
Então, não permita que outros julgamentos puxem suas orelhas, faça com tranqüilidade e consciência a análise da própria dor. E não desista! Não se dê por vencido, esta dor um dia passa e o jogo há de continuar!
[Cássia Marina Moreira]

VOCÊ CONHECE MAIS DO QUE PENSA

O conhecimento e a experiência adquiridos não morrem com o corpo físico. O que ocorre com o espírito imortal, em nova jornada na matéria, é o esquecimento do passado, somente isso. O esquecimento, associado à percepção predominantemente materialista da vida e das sensações físicas que se enquadram em uma mente condicionada à rotina do cotidiano, fazem do indivíduo um alienado de sua própria capacidade de conhecimento e sabedoria.
Muitas vezes, fechado em um conjunto de crenças que o mantém com uma visão superficial de si mesmo e do mundo que o rodeia, o ser inteligente "percebe-se" ignorante, incapaz e completamente descrente em relação à sua capacidade de crescimento pessoal e consciencial.
Inferiorizado no seu sentimento em relação aos outros, sente-se pequeno e impotente para alavancar o seu próprio progresso. Não percebe que por mais simples que seja na hierarquia social ou intelectual, que carrega consigo um currículo de muitas vidas em que processou o seu aprendizado e acumulou, dessa forma, conhecimento.
Embora o aspecto da criança que nasce, seja de aparência frágil para despertar ternura e proteção por parte dos responsáveis, ela não nasce pura ou completamente ignorante. O espírito que reencarna não inicia do "zero" a sua nova caminhada. Na verdade, ele vem para mais uma prova, mas trazendo na sua bagagem, traços de caráter e o conhecimento pré-adquirido.
Portanto, sabemos muito mais do que imaginamos. Desempenhamos vários papéis no palco da vida, desde os mais simples aos mais sofisticados. Não somos um ponto de interrogação na complexidade da nossa existência. Muito pelo contrário, somos um livro aberto cheio de registros significativos que correspondem a cada capítulo de nossa longa história.
No entanto, apropriar-se do conhecimento pré-adquirido, não é uma tarefa simples, pois exige percepção apurada, aceitação de nossa natureza - e verdadeira identidade - espiritual, discernimento e a prática do bem no cotidiano da vida.
A vida, seguidamente, está a nos informar sobre as tendências que trazemos de vivências passadas. Porém, a agitação do dia-a-dia, somada ao conjunto de crenças e valores que nos acompanha, interferem na forma de nos percebermos na dinâmica vital.
Os talentos precoces, dotados de genialidade e envolvidos em um "mistério", ainda não decifrado pela ciência oficial, são conhecimentos pré-adquiridos que se misturam a novos conhecimentos adquiridos na vida atual, desencadeando, dessa forma, o fluir da criação nas artes ou nas invenções e novas descobertas na ciência.
Contudo, independentemente, da precocidade - ou genialidade -, se soubermos captar através da percepção suprasensorial, os insights de vidas passadas e as informações que nos chegam em sonhos por intermédio de auto-regressões parciais ou totais, contribuiremos, significativamente, com o nosso autoconhecimento e com o fluir do conhecimento pré-adquirido. É o que veremos a seguir, na descrição de um caso de regressão.
Simone, quando criança, sentia-se atraída pelas artes, especialmente a pintura. Cresceu, tornou-se artista plástica e professora de artes. Desde cedo encontrou muita facilidade para criar e projetar na tela a sua obra.
A mediunidade, que com o trabalho espírita equilibrou-se, era o canal por onde recebia através de sonhos e insights, informações sobre a sua vida passada.
Temperamento inquieto, questionadora, Simone queria investir mais em seu autoconhecimento. Por este motivo, associado à passagem de uma fase difícil em sua vida, ela procurou auxílio na Psicoterapia Interdimensional.
Após algumas sessões de psicoterapia da vida atual, fomos para a regressão de memória. Na experiência regressiva, logo Simone acessou a sua vivência passada, relatada com todos os detalhes de sua vida de jovem artista plástica envolvida em um movimento político na cidade de Veneza, Itália.
Durante a experiência, identifica muitos traços de temperamento, alguns de caráter e preferências que ainda a acompanham na vida atual: a inquietação, o senso crítico, o gosto pelas artes, a paixão pela criatividade, o senso de justiça, etc.
Percebe que o conhecimento pré-adquirido, principalmente no âmbito das artes, permanece com ela, somado ao conhecimento que está adquirindo na vida atual, ou seja, que a apropriação do "saber" é uma continuidade que a cada vivência do espírito imortal é incorporado ao conhecimento anterior. Embora, como registramos no início, exista a lei do esquecimento, mas que não interfere diretamente no conhecimento acumulado.
A partir do momento que tivermos convicção de quem fomos no remoto passado, muitas "fichas" começam a cair para que elaboremos um melhor nível de autoconhecimento. A comparação de quem fomos e o que somos, serve para avaliar o que precisamos mudar em termos de atitudes e responsabilidades diante da vida. Uma experiência regressiva que flui com a intensidade ideal, vale mais do que muitas sessões de psicoterapia, pois fornece à pessoa e ao processo terapêutico em si, valiosas informações que dificilmente vem à tona na psicoterapia de orientação tradicional.
A vida passada serve como parâmetro para avaliarmos a vida atual e processar internamente a gradual conscientização sobre a necessidade de alterarmos comportamentos de tendência repetitiva, além de informar através da revivência de situações específicas, que somos seres inteligentes e que sabemos mais do que pensamos ou imaginamos. Enfim, nesse sentido,  a experiência regressiva serve para conscientizar que não somos "totalmente limitados" como podemos pensar ou parecer aos olhos do outro.
[Flávio Bastos]

PENSAMENTO DO DIA

"Nunca ninguém revela seu caráter mais vividamente do que quando descreve o caráter de outro." [Johann Paul Freidrich Richter]

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

RELÓGIO DO CORAÇÃO

Por Alexandre Pelegi

Há tempos em nossa vida que contam de forma diferente. Há semanas que duraram anos, como há anos que não contaram um dia. Há paixões que foram eternas, como há amigos que passaram céleres, apesar do calendário nos mostrar que ficaram por anos em nossas agendas. Há amores não realizados que deixaram olhares de meses, e beijos não dados que até hoje esperam o desfecho.
Há trabalhos que nos tomaram décadas de nosso tempo na Terra, mas que nossa memória insiste em contá-los como semanas. E há casamentos que, ao olharmos para trás, mal preenchem os feriados da folhinha. Há tristezas que nos paralisaram por meses, mas que hoje, passados os dias difíceis, mal guardamos lembrança de horas. Há eventos que marcaram, e que duram para sempre - o nascimento do filho, a morte da avó, a viagem inesquecível, o êxtase do sonho realizado. Estes têm a duração que nos ensina o significado da palavra "eternidade".
Já viajei para a mesma cidade uma centena de vezes, e na maioria das vezes o tempo transcorrido foi o mesmo. Mas conforme meu espírito houve viagem que não teve fim até hoje, como há percurso que nem me lembro de ter feito, tão feliz estava eu na ocasião. O relógio do coração - hoje descubro - bate noutra freqüência daquele que carrego no pulso. Marca um tempo diferente, de emoções que perduram e que mostram o verdadeiro tempo da gente.
Por este relógio, velhice é coisa de quem não conseguiu esticar o tempo que temos no mundo. É olhar as rugas e não perceber a maturidade. É pensar antes naquilo que não foi feito, ao invés de se alegrar e sorrir com as lembranças da vida. Pense nisso. E consulte sempre o relógio do coração: ele lhe mostrará o verdadeiro tempo do mundo.
[Enviado por Rose Diehl]

A HORA É AGORA...

O AMOR É O CAMINHO...

Acostumamo-nos tanto a sermos guiados pela personalidade.... nossa e dos outros... que fica difícil acreditar que podemos ser guiados por Inspiração Divina... e que isso não requer planos nem preparativos a não ser a disposição de estarmos inteiros no presente para receber esse fluxo que nos chega abundantemente momento a momento...
Acostumamo-nos tanto a planejar nossas vidas e a colocar tudo em agendas fixas que nos esquecemos de deixar espaço para o inesperado... para a intuição... que nos fala pela voz do coração.
Acostumamo-nos a tantas coisas... que fica mesmo difícil, às vezes... a gente se abrir para receber o simples e natural, que chega quando permitimos que a voz do coração nos fale... silenciosa... inesperada... em insights preciosos que podem mudar nossa vida para sempre...
Mas... se nos acostumamos a tantas coisas que não deram certo... que nos limitam e sufocam... será que não é a hora de deixar de seguir essas coisas que não nos levaram a nada, a não ser a dar voltas e voltas em torno dos mesmo problemas... e aprendermos a seguir a voz do coração... da nossa intuição...
É nosso direito recebermos Inspiração Divina o tempo todo... mas, para isso, é preciso limpar as memórias que nos fazem reagir à vida em vez de vivê-la... e a partir do Vazio acessar Todas as Possibilidades...
Sei que seguir o que vem de fora e que é estabelecido como normal, parece muito mais fácil, porque não requer responsabilidade... se todo mundo faz assim...
No entanto, por incrível que pareça, ainda que fazendo o que todo mundo faz nos deixe tristes e sem perspectivas, muitas vezes preferimos ficar assim a arriscar o novo... o desconhecido...
O caminho do coração não leva em conta nada que não seja o desejo mais profundo da nossa Alma... Não leva em conta regras... padrões... religiões... nem nada que foi estabelecido para nos manter sob controle. O caminho do coração quer nos mostrar que existe muito mais vida a ser acessada do que aquela que estamos acostumados a viver...
Requer coragem, porque nos leva ao desconhecido... desconhecido para o ego, pois nossa Alma reconhece muito bem a atmosfera que reina nesses caminhos.
Romper com o velho... deixar ir os planos da mente... assumir responsabilidade de seguir o coração, pode não parecer o mais fácil, mas com certeza é o mais simples e abre portas para a felicidade tão sonhada. Uma felicidade que não se adapta aos conceitos do ego, porque pode parecer muito simples e natural demais...
Mas existe coisa mais simples e natural do que Ser quem você realmente é?
Não deveria existir, mas... passamos a vida aprendendo a ser tanta coisa diferente... que agora... o que deveria ser simples nos parece complicado e difícil de alcançar...
Complicamos tanto as coisas e aprendemos a dar valor ao complicado que a felicidade que vem do simples fica quase irreconhecível para o nosso ego...
As memórias equivocadas acumuladas ao longo de vidas e vidas nos ensinam a ter medo de nos mostrar como somos... e se não podemos nos mostrar como somos inventamos uma porção de falsos "eus" para nos representar...
E agora... nessa hora onde tudo nos indica que é tempo de mostrar o que viemos fazer aqui... hora de revelar nossa verdadeira identidade... esse medo pode até tentar... mas não tem a força para impedir o nosso Propósito Divino de se manifestar... não tem a força de nos impedir de seguir o caminho do Coração...
O Amor sempre nos guia melhor do que o medo...
A hora é agora... o Amor é o Caminho...
[Rubia A. Dantés]

PENSAMENTO DO DIA



"Não importa o que o passado fez de mim. Importa é o que farei com o que o passado fez de mim." [Jean-Paul Satre]

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

QUANDO TOCAMOS NOSSOS LIMITES


Na maior parte do tempo, estamos mais conscientes de como os outros nos tratam do que de como nós mesmos nos tratamos. Isso ocorre porque estamos pouco familiarizados com a possibilidade de sentir nossos próprios sentimentos sem nos sobrecarregarmos com os ditames dos pensamentos rígidos advindos da autocrítica.
Quem não foi bombardeado com frases acusatórias de como deveríamos ser e o que deveríamos fazer para nos tornarmos pessoas mais felizes? Quando nos sentimos encurralados por situações que nos oprimem e revelam que ainda não somos bons o suficiente para lidar com as exigências da vida, estas frases voltam à nossa mente fazendo com que a auto-observação transforme-se numa obrigação, numa ordem. Tal imposição nos leva a uma sensação ainda maior de ineficiência e inadequação. Pois, ao mesmo tempo em que nos propomos a sentir nossos sentimentos (com a esperança de que assim poderíamos achar os defeitos que nos levaram a sofrer), nos desestabilizamos com as expectativas exageradas a respeito de nós mesmos de como deveríamos nos comportar para não sofrer deste jeito.
No entanto, ter consciência de nossos limites não quer dizer reconhecermos que somos seres limitados. Mas, simplesmente que podemos respeitar o estado em que nos encontramos e buscar novos recursos para avançarmos novamente. Muitas vezes, quando tocamos nossos limites, ao mesmo tempo em que sentimos vontade de avançar, sentimos o medo da falta de recursos para fazê-lo. Nestes momentos, tanto recuar como seguir em frente serão atitudes desestabilizantes. Então, é melhor admitir que ambos lados estão presentes e aguardar mais um pouco antes de desistir ou arriscar-se precocemente. Precisamos nos poupar, recuperar nossa força vital e psíquica. Afinal, se não reconhecermos nossos limites inevitavelmente cairemos na exaustão.
Este tempo de cura envolve um processo de relaxamento e entrega, que nos leva a recebermos a força que necessitamos. Enquanto estávamos demasiadamente presos às nossas percepções, não nos dávamos conta do quanto estávamos fechados para receber ajuda. Na expectativa de sermos pessoas eficientes e autônomas, muitas vezes nos cegamos em relação aos outros. Ou seja, não é bom confundirmos responsabilidade pessoal com a presunção de que podemos comandar tudo sozinhos!
Em nossa cultura capitalista, não há espaço para desenvolvermos a gentileza de sermos honestos em reconhecermos nossos reais limites. Devemos sempre fazer mais. Até mesmo quando nos propomos a descansar, lançamo-nos em atividades que nos exigem mais esforço e concentração. Reconhecer nossos limites é cultivar respeito por nós mesmos.
Aliás, quando somos honestos com os nossos próprios limites, estamos sendo honestos também com os outros. Ser verdadeiro consigo mesmo é a base para sermos verdadeiros com os outros.
É simples e claro: não podemos dar mais do que somos capazes em todas as áreas de nossa vida, sejam elas de ordem afetiva, profissional ou financeira. Mas, em geral, evitamos encarar nossas limitações presentes para não sentirmos o risco da exclusão.
Curiosamente, é ao agir enganosamente (como se pudéssemos, quando na realidade não somos capazes), que corremos o risco real de sermos excluídos. Pois, uma vez que nossa incapacidade for revelada, seremos inevitavelmente vistos em nossas falhas. Mas, o medo de ser excluído ainda é maior do que a capacidade de revelar nossas vulnerabilidades.
Então, este é o ponto a ser encarado: a sensação de insuficiência nos remete à ameaça de sermos excluídos!
Aprendemos a ler este risco ainda quando éramos crianças bem pequenas. Sob a pressão de atender as exigências de sermos uma criança perfeita para não decepcionarmos os nossos cuidadores, nos comportamos como se fosse natural dar conta de tudo que nos fosse solicitado.
Quem não reconhece a lembrança de uma comunicação implícita que de uma vez que nossos pais nos davam tudo que necessitássemos deveríamos ser igualmente capazes de responder à altura do que eles almejavam para nós? Desta maneira, a priori, estaríamos nos comportando de acordo com o esforço incomensurável que eles faziam por nós.
Diante desta lei silenciosa de ordem e obediência, não havia espaço para o auto-reconhecimento de nossas falhas e limites. Era feio e inadequado ter limites. Afinal, diante de nossas fraquezas frequentemente escutávamos: "É só querer". Incapazes de responder a tais expectativas exageradas, crescemos com a sensação, quase que despercebida, de que quando oferecermos algo, jamais não será o suficiente. Aliás, o outro, além de pedir por mais, não terá empatia pelo nosso esforço já realizado...
A maioria de nós foi educada com a mensagem de que poderia ser e fazer sempre mais e mais. Por exemplo, quando fazíamos algo bem, ao elogio era adicionado uma expectativa ainda maior: "Muito bem, agora que fez isso, faça aquilo".
Em outras palavras, a energia do reconhecimento não estava unicamente associada ao regozijo, mas também cobrança de algo "mais". Neste sentido, o próprio reconhecimento vinha carregado de uma mensagem de insuficiência!
Diante da insuficiência, sentimo-nos isolados, encapsulados na inadequação. Como romper esta barreira que um dia nos serviu para nos proteger do risco de decepcionar os outros com nossas fragilidades? Como sanar a sensação de dever ser ou dar sempre mais?
Primeiro, podemos reconhecer a ansiedade e a inadequação como sentimentos que nos revelam algo além do desconforto: eles nos alertam que estamos nos pressionando e sendo pressionados.
Segundo, reconheça este aviso como um alerta importante e não duvide de si mesmo. Pois a dúvida nos paralisa instantaneamente. Continue a encarar a inadequação como um aviso de fronteiras. Lembre-se: os outros podem nos tratar mal, mas ainda assim podemos nos tratar bem!
Em seguida, devemos trabalhar o medo da exclusão. Pois, diante da ameaça da exclusão acionamos o mecanismo compulsivo de suprir as exigências alheias. Mas, lembre-se: não reconhecermos nossas fragilidades é um modo de nos excluirmos de nós mesmos!
Ao aceitarmos nossos limites, sejam eles passageiros ou não, tornamo-nos inteiros. Neste sentido, reconhecer nossos limites é tanto uma forma de auto-organização como de harmonizar os relacionamentos com os outros. Pois, quando revelamos nossa condição real, os outros também poderão nos perceber de um modo integrado.
Nesse momento, a ameaça de sermos excluídos não será mais vista como uma única possibilidade. Na medida em que percebemos que o medo da exclusão é regido por nossas projeções mentais negativas, podemos olhar a realidade com novas possibilidades de solução.
Tudo é cíclico. Assim como nosso desenvolvimento interior. Podemos a qualquer momento treinar o auto-reconhecimento se nos alegrarmos com o que já sabemos e quem somos agora mesmo!
[Bel Cesar]

PENSAMENTO DO DIA

"A ironia é uma tristeza que, não podendo chorar, ri." [Jacinto Benavente]

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

SOBRE A VIDA

A vida me ensinou…



A dizer adeus às pessoas que amo,
Sem tirá-las do meu coração;

Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrar-lhes que sou diferente do que elas pensam;

Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade,
Para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;

Calar-me para ouvir;
Aprender com meus erros.

Afinal, eu posso ser sempre melhor.
A lutar contra as injustiças;

Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo,
A ser forte quando os que amo estão com problemas;

Ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho;

Ouvir a todos que só precisam desabafar;

Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos;

Perdoar incondicionalmente,
Pois já precisei desse perdão;

Amar incondicionalmente,
Pois também preciso desse amor;

A alegrar a quem precisa;

A pedir perdão;

A sonhar acordado;

A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário);

A aproveitar cada instante de felicidade;

A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;

Me ensinou a ter olhos para “ver e ouvir estrelas”, embora nem sempre consiga entendê-las;

A ver o encanto do pôr-do-sol;

A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;

A abrir minhas janelas para o amor;

A não temer o futuro;

Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente, como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesmo tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.
[Enviado por Bruna Silveira]

PENSAMENTO DO DIA

"A variedade é o verdadeiro aroma da vida." [William Cowper]

domingo, 22 de agosto de 2010

CONTROLANDO A MENTE


O principal entrave para que entremos em contato com nossa real natureza é a mente. Aos poucos, na medida em que avançamos em nosso autoconhecimento, a principal descoberta que realizamos é a total ausência de controle que temos sobre nossos pensamentos.
Ser dominado pela mente é o que nos impede de acessar a dimensão divina de nosso ser. Somente quando ela silencia o turbilhão de pensamentos é que o silêncio se faz presente e podemos, então, ouvir a voz que se oculta em nosso interior.
Mas, como conseguir parar a mente? Esta não é uma tarefa fácil, pois somente a consciência e um permanente estado de alerta sobre nossos pensamentos, sentimentos e sensações físicas, podem nos ajudar a alcançar este objetivo.
A meditação é o caminho, mas podemos também aprender uma técnica bem simples, que consiste em finalmente assumir o papel de senhor da mente, ao invés de escravo dela.
Através do poder das palavras, podemos enviar comandos à nossa mente, ordenando-lhe o oposto daquilo que ela nos apresenta. Se ela nos apresenta o medo, podemos contrapor a ele a palavra coragem.
Além disso, a palavra silêncio, tem o poder de parar por alguns segundos o turbilhão de pensamentos, quando a utilizamos repetidamente.
Os mantras funcionam do mesmo modo e, ao repeti-los, a mente se vê obrigada a entrar na energia daquele som. E, assim, vamos nos surpreendendo ao descobrir que podemos determinar o padrão de pensamentos de nossa mente.
Esta é uma diferença essencial entre o viver no estado de adormecimento e na condição de ser desperto e consciente.

PALAVRAS
Palavras não são apenas palavras. Elas têm disposições de ânimo, climas próprios.
Quando uma palavra se aloja dentro de você, ela traz um clima diferente à sua mente, uma abordagem diferente, uma visão diferente. Chame a mesma coisa de um nome diferente e perceberá: algo fica imediatamente diferente.
Existem as palavras dos sentimentos e as palavras intelectuais. Abandone cada vez mais as palavras intelectuais, use cada vez mais palavras dos sentimentos. Existem palavras políticas e palavras religiosas. Abandone as palavras políticas. Existem palavras que imediatamente criam conflito. No momento em que você pronuncia, surgem discussões. Assim, nunca use uma linguagem lógica e argumentativa. Use a linguagem do afeto, do carinho, do amor, para que não surja discussão alguma.
Se você começar a ficar consciente disso, perceberá uma imensa mudança surgindo. Se você estiver um pouco alerta na vida, muitas infelicidades poderão ser evitadas. Uma única palavra pronunciada na inconsciência pode criar uma longa corrente de aflição. Uma leve diferença, apenas uma virada muito pequena, e isso cria mudança. Você deveria ser muito cuidadoso e usar as palavras quando absolutamente necessário. Evite palavras contaminadas. Use palavras arejadas, não controversas, que não são argumentos, mas apenas expressões de suas impressões.
Se você puder se tornar um especialista em palavras, toda a sua vida será totalmente diferente. Se uma palavra trouxer infelicidade, raiva, conflito ou discussão, abandone-a. Qual é o sentido de carregá-la? Substitua-a por algo melhor. O melhor é o silêncio, depois é o canto, a poesia, o amor.
Osho, A Rose is a Rose Is a Rose.
[Elisabeth Cavalcante]

PENSAMENTO DO DIA

"A única perfeição é a alegria." [Lou Andreas-Salomé]

sábado, 21 de agosto de 2010

RACISMO, PRECONCEITO, BURRICE


Pois é, to te volta. Depois de ficar quatro dias em silêncio porque o “encosto virtual” detonou com meu computador (o mesmo que é ‘amigo’ do Luís). Só o relatório de vírus encontrado em seu HD tem 16 páginas. Mas estou te volta.

Desde menino presto muita atenção nos assuntos relacionados ao racismo, a intolerância, em última análise, na ignorância do ser humano. Sempre que vejo situações constrangedoras de racismo e/ou preconceito, fico a me perguntar: Por quê?
Afinal, não somos iguais perante a (quase) todas as religiões? Não somos filhos do mesmo pai?
Apenas o que nos difere são a cor da pele, a cultura e quase sempre nossas crenças. No mais sangramos em vermelho, temos sede por água e nossas fomes são variadas: precisamos comer, transar, alimentar nossa alma com música, artes e informações.
Somos também iguais em nossas misérias: somos igualmente mesquinhos, egoístas e não sabemos perdoar, muito menos amar nossos semelhantes; aliás, nem sabemos o que significa amar; somos sim é apegados à matéria e às pessoas que nos são caras. Mas o importante é que estamos evoluindo — em passos curtos, é verdade! Mas estamos, senão como explicar que Betinhos, Madres Teresas e outros mais evoluídos existem?
Minha amiga Gisele me enviou um texto interessante que trata a questão do racismo com inteligência e lucidez, pois comungo com a opinião de que os preconceitos estão na nossa mente e muitas vezes fazemos uso deste artifício para nos beneficiar política ou socialmente, ou simplesmente para tirarmos todas as vantagens que a nossa capacidade de chantagear emocionalmente nossos pares.
[Lineu Cotrim]



Amigos, eis o perigo de mexer com pessoas inteligentes.

Danilo Gentili (CQC) e sua resposta :
O humorista Danilo Gentili postou a seguinte piada no seu twitter:
"King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?"

A ONG Afrobras se posicionou contra: "Nos próximos dias devemos fazer uma carta de repúdio. Estamos avaliando ainda uma representação criminal", diz José Vicente, presidente da ONG. "Isso foi indevido, inoportuno, de mau gosto e desrespeitoso. Desrespeitou todos os negros brasileiros e também a democracia. Democracia é você agir com responsabilidade" , avalia Vicente.

Alguns minutos após escrever seu primeiro "twitter" sobre King Kong, Gentili tentou se justificar no microblog: "Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?" (GENIAL) "Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês é que têm preconceito. "

Mas, calma! Essa não foi a tal resposta genial que está no título, e sim ESTA:
"Se você me disser que é da raça negra, preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra, pois, se todas as raças são iguais, então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?

Quem propagou a ideia que "negro" é uma raça foram os escravagistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: "Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra".
Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho de ser da raça negra, eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco, mas sim de burro.

Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de v***** e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.

Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:
- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.

Prefiro ser chamado de macaco a ser chamado de girafa. Peça a um cientista que faça um teste de Q.I. com uma girafa e com um macaco. Veja quem tira a maior nota.

Quando queremos muito ofender e atacar alguém, por motivos desconhecidos, não xingamos diretamente a pessoa, e sim a mãe dela. Posso afirmar aqui então que Darwin foi o maior racista da história por dizer que eu vim do macaco?

Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo "preto" pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: "Branco, Amarelo, Vermelho, Negro"?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho, não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas, é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes.

Digo isso porque a patrulha do politicamente correto é tão imbecil e superficial que tenho absoluta certeza que serei censurado se um dia escutarem eu dizer: "E aí seu PRETO, senta aqui e toma uma comigo!". Porém, se eu usar o tom correto e a postura certa ao dizer "Desculpe meu querido, mas já que é um afro-descendente, é melhor evitar sentar aqui. Mas eu arrumo uma outra mesa muito mais bonita pra você!" Sei que receberei elogios dessas mesmas pessoas; afinal eu usei os termos politicamente corretos e não a palavra "preto" ou "macaco", que são palavras tão horríveis.

Os politicamente corretos acham que são como o Superman, o cara dotado de dons superiores, que vai defender os fracos, oprimidos e impotentes. E acredite: isso é racismo, pois transmite a ideia de superioridade que essas pessoas sentem de si em relação aos seus "defendidos" .

Agora peço que não sejam racistas comigo, por favor. Não é só porque eu sou branco que eu escravizei um preto. Eu juro que nunca fiz nada parecido com isso, nem mesmo em pensamento. Não tenham esse preconceito comigo. Na verdade, sou ítalo-descendente. Italianos não escravizaram africanos no Brasil. Vieram pra cá e, assim como os pretos, trabalharam na lavoura. A diferença é que Escrava Isaura fez mais sucesso que Terra Nostra.

Ok. O que acabei de dizer foi uma piada de mau gosto porque eu não disse nela como os pretos sofreram mais que os italianos. Ok. Eu sei que os negros sofreram mais que qualquer raça no Brasil. Foram chicoteados. Torturados. Foi algo tão desumano que só um ser humano seria capaz de fazer igual. Brancos caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio caucasiano, e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos.

Lembra que eu disse que era ítalo-descendente? Então. Os italianos podem nunca ter escravizados os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus. E eles já se vingaram de mim com juros e correção monetária, pois já fui escravo durante anos de um carnê das Casas Bahia.

Se é engraçado piada de gay e gordo, por que não é a de preto? Porque foram escravos no passado hoje são café-com-leite no mundo do humor? É isso? Eu posso fazer a piada com gay só porque seus ancestrais nunca foram escravos? Pense bem, talvez o gay na infância também tenha sofrido abusos de alguém mais velho com o chicote.

Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo "negro" ou "afro-descendente" , tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça, você será apenas preto e eu, branco, da mesma raça - a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita "100% humano", pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça que discute coisas idiotas de uma forma superficial e discrimina o próprio irmão.
[Enviado por Gisele Oliveira]

PENSAMENTO DO DIA

"Amor é um Deus exilado nos corações humanos." [Leonardo Boff]

terça-feira, 17 de agosto de 2010

LÍDERES?

"Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira segui-lo. Ande ao meu lado para podermos caminhar juntos". (provérbio Ute)


Segundo o ideal de liderança, o verdadeiro líder seria aquele que consegue influenciar fortemente outras pessoas à ação, sem o uso da força, do medo ou do oportunismo. Tem a sua base na atitude pessoal, na competência e no carisma, levando os demais a admirá-lo, respeitá-lo e a defender as suas idéias.
A respeito da palavra "líder", parto do princípio de que o seu verdadeiro significado tem sido deturpado com o passar dos séculos e que os líderes existem porque não sabemos ou não conseguimos ser líderes de nós mesmos, ou seja, pessoas suficientemente auto-responsaveis, determinadas, idealistas e decididas, com senso crítico apurado, opinião própria e participativa social e politicamente.
Por este motivo, entre outros,  surgem na sua grande maioria, pseudo-líderes em todas as áreas de atuação humana, principalmente, no âmbito da política e na área empresarial, que movidos por interesses pessoais - sendo cada vez mais raros os idealistas - projetam uma estratégia de crescimento particular associada a outros interesses individuais e coletivos de uma agremiação política ou de um núcleo empresarial, etc.
O problema atual do líder não são as suas inerentes características de liderança, mas o que vem "a reboque" dessa intenção, que, geralmente, apontam a vaidade, o orgulho, a ambição e o egoísmo na direção da sede de poder.
E quando registramos que o homem é obsecado pelo poder, não estamos dizendo nenhuma novidade ou cometendo uma "heresia", pois esta questão é atávica e acompanha a humanidade desde tempos imemoriais, sendo as disputas territoriais, políticas e muitos conflitos bélicos, o testemunho histórico dessa afirmação...
Estamos às vésperas de novas eleições no Brasil. Data marcada em que elegeremos "líderes" que nos representarão a partir do cargo de presidente da República. Portanto, sugiro aos amigos leitores que decidiram confiar o seu voto: percepção aguçada no momento de suas escolhas. Saber "quem é quem" nesse momento, é imprescindível no sentido de estarmos convictos de que não elegeremos oportunistas de plantão ou pseudo-líderes.
Muitos dos candidatos que retornam para nova avaliação popular no próximo pleito, são pseudo-líderes maquiados por um discurso de renovadas promessas e "boas intenções", mas cujo recente passado condena-os como pessoas descompromissadas com a ética e com a prática política voltada para os interesses do bem-comum da sociedade.
Hoje, verificamos em cada nominata de candidatos que representam suas siglas partidárias, verdadeiros "batalhões" de indivíduos munidos de belos e convincentes discursos, onde cada um procura atrair para si, a essência da verdade transformada em novas esperanças para uma classe social ou para o povo em geral.
Pseudo-líderes, demagogos e "experts" na arte do ilusionismo, apresentam-se como preparados para resolver o seu problema... os nossos problemas. Muito cuidado nessa hora, porque o voto, acima de tudo, deve ser baseado em uma lúcida e consciente avaliação das opções de que dispomos.
Particularmente, ao analisar a situação mundial através da ótica do terapeuta holístico, acredito que o modelo político baseado no ideal democrático esteja com os seus dias contados. Não pelo ideal em si, que representa a democracia da livre escolha pelo voto, o que é saudável, mas pela própria caminhada evolutiva da humanidade, cujo modelo democrático, assim como vários outros espalhados pelo mundo, já não contemplam as expectativas de renovação exigidas pela Nova Ordem Mundial, energia transformadora que somente os sensitivos a percebem envolvendo lentamente o nosso planeta...
No milênio em curso, aprenderemos a ser líderes de nós mesmos, ou seja, indivíduos centrados e focados na auto-responsabilidade como fator determinante para desenvolvermos o senso de responsabilidade com o outrem.
A partir dessa realidade social, creio que não existirão mais líderes nos moldes que conhecemos ou que idealizamos, porque uma vez auto-responsaveis não precisaremos mais de alguém que faz — ou diz fazer — aquilo que não fazemos por si próprio, pelo outrem e pelo planeta.
A dependência que hoje ainda temos de líderes ou de pseudo-líderes, acabará à medida que nos conscientizarmos de que o "poder" que obstinadamente perseguimos há milênios, encontra-se em nós mesmos, que são os valores éticos e morais pertencentes às Leis do Amor inseridas em nossas consciências, mas que necessitam de nosso "despertar" para fluir como energia que restaura, purifica e transforma realidades.
[Flávio Bastos]