domingo, 9 de maio de 2010

O AMOR

Sempre que pensamos na palavra amor, ela nos remete imediatamente a algo bom, que nos nutre e preenche interiormente de modo absoluto. Entretanto, ele tem sido também, fonte de sofrimento para a maioria das pessoas. Se o amor é algo tão belo e sublime, qual a razão de vivenciarmos tantas experiências de dor?
Certamente por que estamos presos a uma visão do amor que se dá unicamente na dimensão do ego, aquela parte de nós que se apóia na crença de que nossa segurança interior só será alcançada através do outro.
O medo da perda pelo abandono ou a rejeição é um fantasma permanentemente presente na mente dos apaixonados, ainda que eles estejam na fase da felicidade total, quando nada mais parece existir no mundo além da pessoa amada.
Mesmo nesse estágio, o medo está ali, presente, pois basta um pequeno acontecimento e, imediatamente, ele se instalará para abalar a confiança de que eles são verdadeiramente amados.
Ainda que o amor nos traga toda esta incerteza, continuamos ansiando por ele como náufragos em busca de salvação, e sonhando com o dia em que possamos vivenciá-lo sem estes sobressaltos, apenas desfrutando da paz e da bem-aventurança que nos ensinaram a esperar do amor.
Ele pode, de fato, assumir esta dimensão, mas para que isto aconteça, ou melhor, até que ela se faça presente, será necessário que nos dediquemos a transformar nossa própria realidade interior.
Somente aquele que atinge um estágio onde o amor próprio e a confiança em seu próprio valor se tornem reais, conseguirá estar com o outro vivendo uma experiência de paz e alegria, onde o medo, a posse e a cobrança jamais estarão presentes.
Conhecer profundamente a si mesmo e ter consciência das expectativas irreais que espera serem preenchidas pelo outro, é um passo fundamental neste caminho. Quanto mais preenchidos estivermos pela energia do amor -independente de qualquer objeto externo -, mais prontos estaremos para compartilhá-lo sem receio.
"....O amor pode ter três dimensões.
Uma é a dependência; é o que acontece à maioria das pessoas. O marido é dependente da esposa, a esposa é dependente do marido; eles exploram o outro, eles dominam o outro, eles possuem o outro, eles reduzem o outro a uma mercadoria. Em 99 por cento dos casos, é o que está acontecendo no mundo. Eis porque o amor, o qual pode abrir os portões do paraíso, somente abre portões do inferno.
A segunda possibilidade é: amor entre duas pessoas independentes. Também acontece de vez em quando. Mas o que também traz miséria, porque há constante conflito. Nenhum ajustamento é possível. Ambos estão tão independentes, e ninguém está pronto para se comprometer, se ajustar com o outro.
Poetas, artistas, pensadores, cientistas, estes vivem em um tipo de independência, de qualquer forma, na mente deles, é impossível para as pessoas viver com. Eles são pessoas excêntricas para viver com. Eles dão liberdade para o outro, mas a liberdade deles se parece mais com indiferença do que com liberdade; parece mais como se eles não se preocupassem, como se não importasse para eles.
Eles partem cada um para seus próprios espaços. Relacionamento parece ser somente superficial. Eles estão com medo de ir fundo um dentro do outro - porque eles são mais presos a sua liberdade do que ao amor, e eles não querem se comprometer.
E a terceira possibilidade é de interdependência. Acontece muito raramente, mas uma vez que aconteça uma parte do paraíso cai sobre a terra. Duas pessoas, nem independentes nem dependentes, mas em uma tremenda sincronicidade, como se respirando um pelo outro, uma alma em dois corpos - quando acontece, o amor aconteceu. Somente chame isto de amor. Os outros dois não são realmente amor, eles são apenas arranjos - sociais, psicológicos, biológicos, mas arranjos. O terceiro é algo espiritual. (OSHO - The Book of Wisdom).
[Elisabeth Cavalcante — Taróloga, Astróloga, Consultora de I Ching e Terapeuta Floral]

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