sexta-feira, 21 de maio de 2010

FOCOS DE LUZ


O caminho para descobrimos as realidades espirituais são muitos e vistos sob diferentes prismas, mas conduze-nos, embora haja diversas concepções, ao destino final que é o conhecimento das verdades eternas. Muita gente critica as religiões e chega mesmo a ser intolerante quanto a seguir-se um caminho através das crenças dogmáticas, mas o que é importante não é combatermos tanto as idéias que não correspondam às nossas convicções, e sim, saber que cada um descobre ou chega até a verdade, a luz e a sabedoria, de acordo com o seu nível de despertar espiritual.
Muitas vezes, aqueles que pensamos estar atrelados a pensamentos diversos dos nossos, são espíritos tão ou talvez até mais esclarecidos que nós e encontram-se presos a determinadas crenças por vontade própria, pois fazem-se focos de luz onde estão, espalhando através de pensamentos já evangelizados para a vida, toda a grandeza e fé que possuem.
Não precisamos ser tão dogmáticos em nossas crenças e nem tão céticos quanto ao papel da religião em nossas vidas. Existem irmãos que criticam o poder que ela exerce na vida das pessoas, sem atentarem para o fato de que foi por procurar entender e analisar seus postulados, suas razões e pelo exercício preliminar de algumas delas, que hoje eles lidam com idéias ou conhecimentos novos, que não estão atrelados a nenhuma religião em particular, mas, que de alguma forma, basearam-se em conhecimentos oriundos da sua prática.
Como nos diz Emmanuel, “ Senhor Jesus!(...) Faze-nos observar, por misericórdia, que Deus não nos cria pelo sistema de produção em massa e que por isto mesmo cada qual de nós enxerga a vida e os processos da evolução de maneira diferente.” E ele ainda nos fala: “Não esqueçamos que todos nós estamos marchando para Deus, salientando-se, porém, que os caminhos não são os mesmos para todos.”
Se não nos coadunamos com essa ou aquela crença ou idéia, não podemos desmerecê-la pois que o nosso dever principal deve ser o de união em torno daquilo que é essencial e não o de criticarmos idéias contrárias e impormos como absoluta verdade o nosso ponto de vista.
Muitos irmãos mostram seu ponto de vista e defendem suas convicções, dando-nos ou fazendo-nos ir por caminhos diversos daqueles em que estamos habituados, mas o fazem com todo o amor de seus corações; são espíritos que vieram com a missão de lançar idéias novas e abrir-nos os olhos para as verdades eternas, a nos dizer que não necessitamos, para a descoberta dos segredos da vida e do poder de Deus, apenas e tão somente das crenças dogmatizadas, mas sim e principalmente, da mente aberta para a verdadeira realidade, a de que podemos encontrar as verdades espirituais dentro de nosso próprio ser e sermos focos de luz a espalhar os raios vivificadores de tais verdades.
Sim, o que precisamos fazer é sermos focos de luz, e tentar espalhar nossa luz para penetrar os corações e mentes daqueles irmãos que se encontram ainda na obscuridade, necessitados de um clarão qualquer, por menor que seja, para que sintam-se encorajados e fortaleçam-se com a fé, para alçarem o vôo em busca de sua própria luz.
Não necessitamos duelar, impor, menosprezar ou criticar os que já buscam, embora por caminhos diversos dos nossos, sua própria iluminação. Mais dia, menos dia, descobrirão que o essencial de tudo é a união de propósitos em torno do bem; é a busca crescente de nossa própria iluminação individual; é a evolução ou crescimento, em todos os níveis, de nossa percepção para a melhoria geral da humanidade.
Precisamos entender que a verdade é uma só e que brilhará para todos, de irmão a irmão, assim como um raio de luz a espalhar sua luz quente e amorosa em todos os recantos de nosso orbe terreno.
O que cada um precisa fazer é apenas a sua parte, é ajudar a seu modo e de seu jeito, por meio de suas crenças dogmatizadas ou através da visualização do significado maior de nossa participação como “ajudantes” da disseminação da luz, em prol da evolução geral de nosso planeta.

Um dos pontos fundamentais para iniciarmos nossa colaboração, deve ser o exercício fundamental da tolerância e do respeito ao pensamento individual de cada um, procurando colocar em prática o que tão bem nos falou o Mestre Jesus: “Os meus discípulos serão reconhecidos por muito se amarem.” Fora desta assertiva não poderá haver fraternidade real, mas, tão somente, a pretensão de julgar-se detentor de um poder e de uma compreensão única e verdadeira sobre as verdades espirituais.
Caminhamos para um futuro em que prescindiremos da religião como dogma a ser seguido, em que nos revestiremos de um poder de compreensão e amor, que nos atingirá com seus raios fulgurantes, a dizer-nos que somos todos irmãos, oriundos do mesmo poder criador e que a ele chegaremos sem a necessidade de demonstrações exteriores de fé, mas tão somente, pelo poder do conhecimento e transformação interior e por nossa vontade de chegarmos até lá.
Acima de nossas divergências ou pontos de vista, a vida real prossegue com suas verdades eternas, que um dia alcançarão a todos nós, sejam quais forem os rumos que tomarmos ou caminhos que seguirmos em busca do conhecimento. Deus, poder supremo do universo, concede-nos de acordo com nossa realidade evolutiva a visualização dessas verdades que um dia disseminar-se-ão como um único e absoluto caminho.
No nível evolutivo em que estamos, o papel que a religião exerce ainda é importante, pois, além de ser um bálsamo para muitos, uma certeza do amor e misericórdia de Deus, constitui-se numa espécie de freio para aqueles espíritos ainda muito presos à materialidade da vida, pois através dela, muitas vezes, é que o homem se vê constrangido a domar seus ímpetos destruidores e a voltar-se para o criador em busca de ajuda e entendimento de seu próprio ser.
Há exemplos de espíritos sublimes, como Madre Teresa de Calcutá, Irmã Dulce, Chico Xavier e tantos outros, que com suas simples presenças, embora vinculados à religiões, doutrinas e crenças, nos deram lições valiosas de bondade e amor ao próximo, exemplificando com seus atos a luz sublime de seus corações, a irradiar o amor fraternal em benefício de todos. É unanimidade quando se fala em espíritos de luz, pois ninguém discute a que religião ou crença estiveram ligadas, apenas enxergam em seus exemplos a compreensão admirável que tiveram a respeito da caridade e do amor ao próximo.
Sejamos focos de luz e procuremos exercitar a tolerância por nossos pontos de vista diferentes e irmanar num só elo de amor e fraternidade todos os que se guiam pelo desejo de cooperar na implantação de um mundo melhor e mais feliz. Não indaguemos por quais caminhos em busca do conhecimento maior nossos irmãos seguem, mas tão somente, como podemos auxiliá-los em seus propósitos para o bem geral.
Muita paz e luz a todos.
[Guilhermina Batista Cruz]

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