Milagres são fatos extraordinários que não possuem uma explicação científica em base ao conhecimento atual. Ou seja, o que hoje pode parecer um milagre, no futuro poderá ser algo comum e banal. Certamente a medicina reconhece que há muitos casos de curas inexplicáveis e considera importante o estudo das curas ditas milagrosas para tentar descobrir como acontecem e, se possível, reproduzi-las, para adentrar em uma nova fase da medicina curativa. Para isso, conhecimentos médicos na área da psiconeuroimunologia, aliados aos conhecimentos de física moderna, de filosofia e de misticismo, estão aos poucos trazendo luz no entendimento das curas milagrosas.
Para algo existir em nível físico, deve antes existir em um nível mais sutil, o nível da mente, conforme ensinamentos de Sidarta Gautama, o Buda: "A mente precede todas as coisas, domina todas as coisas, cria todas as coisas". Uma casa não aparece do nada. Primeiro ela deve ser pensada e planejada. Portanto, tudo o que existe, existe porque de alguma forma estamos de acordo com a sua existência.
O nível físico é composto de quatro elementos - fogo, água, ar e terra, e é constituído por átomos. Apesar da representação do átomo como tendo um núcleo central e partículas girando em volta ter sido ultrapassada, se imaginarmos uma esfera de 60 centímetros como o núcleo central, tudo o que gira em volta estaria a uma distância de três quilômetros! Nesse aparentemente imenso vazio teríamos o éter ou o "quinto elemento" de Aristóteles, que interpenetraria o Universo preenchendo todos os espaços e conectando tudo. A sua frequência vibratória seria superior à da velocidade da luz e tal energia se densificando daria aparecimento à matéria. O éter foi chamado por Isaac Newton de "o espírito da matéria" do qual tudo se originaria. Seria a "fonte dos milagres" dos alquimistas, ou seja, o elemento que pela ação do pensamento poderia ter a sua frequência vibratória diminuída, materializando o fruto da mente. E, em relação à saúde, é de conhecimento antigo o dito mente sã em corpo são.
Para a medicina, a saúde caracteriza-se pelo equilíbrio de todas as funções do individuo e de suas relações com o meio-ambiente, resultando um estado de bem-estar físico, mental e social onde a harmonia é mantida pelo tripé formado pelos sistemas imunológico, endócrino e cérebro-espinhal, que agem de forma integrada, adequando as respostas adaptativas do organismo aos estímulos externos. Sendo cada célula do nosso corpo uma pequena bateria biológica, a interface entre a mente (consciente e subconsciente) e o corpo, seria principalmente pelo cérebro que atuaria como um transformador entre frequências vibratórias de diferentes magnitudes.
A mente subconsciente é o repositório da memória racial, social, religiosa e também dos desejos, dos prazeres e dos padrões a que estamos sujeitos do nascimento (e talvez desde a vida intrauterina) até a idade da razão, quando começa então a participação da mente consciente que é a mente que, com base nas informações recebidas do meio exterior pelos órgãos dos sentidos, raciocina, julga, decide e imagina. E o cérebro compara com o passado, analisa a perspectiva do futuro e transforma pensamentos e emoções em neurotransmissores que atuam nos órgãos-alvo, modulando a frequência das vibrações energéticas. Porém, se houver conflito entre a mente subconsciente e a mente consciente, não haverá integração entre o que desejamos e o que foi programado no nosso comportamento, resultando uma desarmonia no padrão energético do organismo. Desarmonia que pode se manifestar como infelicidade, estresse ou doença.
Com a desarmonia manifestando-se, por exemplo, como um câncer, uma cura imediata poderia acontecer assim que fosse restabelecido o padrão normal de vibração dos elementos da matéria, com a reversão das células doentes em células sãs. A esse respeito é interessante o registro de que lá pelo ano de 1300, na Itália, a Peregrino Laziosi foi diagnosticado câncer na perna, que por isso, deveria ser amputada. Preocupado e com muito medo, na véspera da cirurgia ele rezou com fervor a noite toda e adormecendo sonhou que Jesus descia da cruz e, tocando-lhe a perna, o curava. No dia seguinte, para surpresa dos médicos, quando foram retirados os curativos, não havia mais nenhuma lesão na perna. Portanto, do mesmo modo como uma alteração orgânica pode se originar a partir da mente, a mente também pode restaurar a frequência vibratória normal das células, com o consequente restabelecimento "milagroso" da saúde. E não são poucas as evidências científicas de que o pensamento pode modificar a matéria e de que os mecanismos mentais são importantes na cura das doenças. Tese esta defendida por muitos estudiosos, entre os quais, Bernie Siegel, Franz Alexander, William Osler, Tilden Everson, Warren Cole, Edward Bach, Celso Charuri, Masaru Emoto e Patrick Drouot.
Na direção de uma cura milagrosa, parece promissor, então, utilizar a mente consciente na programação da mente subconsciente através de repetidas ordens e visualizações feitas com emoção, fervor e em estado ampliado de consciência. E as curas milagrosas dependeriam de terceiros na medida em que fosse mais fácil depositar a fé em alguém ou em alguma coisa fora de nós do que em nós mesmos. Porém, enquanto os esforços, a fé e o fervor não forem merecedores da cura energética ou vibracional a partir do corpo mental, deve-se buscar tratamento médico para uma intervenção direta no corpo físico.
Quando há integração entre a mente consciente e a subconsciente, a resultante é a saúde, a felicidade e a paz. E o sentimento integrador por excelência é o Amor. Amor que faz amar tudo e ter compaixão por todos. O oposto do Amor é o egoísmo, e assim como a partir de uma única célula doente todo o organismo pode vir a ser gravemente afetado e morrer, também a partir de um único pensamento egoísta pode atenuar-se a luz da expressão dos atributos da alma, trazendo escuridão, tristeza e doenças. E é pelo Conhecimento e pelo despertar da Autoconsciência que o homem vai poder se curar e nascer para a Vida Eterna.
[Renato Mayol]
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