sábado, 1 de janeiro de 2011

O SILÊNCIO

Nos dias que antecedem o Natal, tornou-se comum uma louca correria em busca de presentes e alimentos que comporão a ceia. Todos se mostram animados e eufóricos para encontrar familiares e amigos, e demonstrar seu afeto, seja através dos presentes materiais ou declarando-o por meio de abraços e palavras.
Este é um momento especial, mas tal comportamento deveria ser natural ao longo de todo o ano. Entretanto, para muitos, o amor é uma lembrança que só ocorre uma vez a cada doze meses.
Lembrar-se do aniversariante também é muito valioso e, certamente, Jesus se sentiria muito mais feliz se sua mensagem fosse algo vivo e permanente dentro de nós. Mais do que a mensagem, o despertar definitivo de nossa consciência crística, a consciência de que todos, indistintamente, somos filhos de Deus.
Mas esta verdade só pode ser desperta se fizermos do silêncio, do recolhimento e do voltar-se para dentro, uma prática constante.
Os encontros que o Natal proporciona são preciosos e emocionantes, porém, precisamos fazer com que nossa capacidade de espalhar o amor, se extenda para além de nosso circulo pessoal.
Amar todas as formas de vida e enxergar em cada uma delas a manifestação do divino, se tornará nossa condição natural, a partir do momento em que nos sentirmos verdadeiramente unidos com toda a existência.
...Se você está silencioso, se você está totalmente silencioso, a existência começa a se derramar sobre você. Bênçãos se derramam sobre você como a chuva. Se você está em silêncio, se você está em estado de meditação - apenas estar, sem fazer nada - a existência inteira converge sobre você com toda a sua graça, com toda a sua beleza e bênção.
Este é o estado que Jesus chamou estado de beatitude. Pela primeira vez, você se torna consciente do esplendor da existência. Cada momento é uma eternidade, então. E até mesmo respirar é uma alegria, uma celebração. A miséria desaparece no momento em que você desaparece. A miséria é a sombra do ego. E a bênção é um fenômeno natural: acontece por conta própria, no momento em que você está vazio. Toda a existência explode.
Ludwig Wittgenstein disse: "O místico não é o 'como' do mundo, mas o 'que' existe." Apenas o que existe é o mistério. Não há necessidade de ir a mais nenhum outro lugar. O mistério não está oculto, o mistério está em todo o lugar. Apenas o que existe é o mistério! Você não precisa cavar fundo para encontrar o mistério. O mistério está em toda parte, na superfície tanto quanto na profundidade.
Tudo o que é necessário é um coração que sinta. Tudo que é necessário é um ser que esteja disponível, aberto. Tudo o que é necessário é estar alerta - alerta sem qualquer esforço e tensão. Tudo que é necessário é um estado de meditação. E, então, os favores da existência começam a se derramar como chuva. OSHO - O Segredo dos Segredos.
[Elisabeth Cavalcante]

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