sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

POR QUE COMIGO?


Quando estamos sofrendo é muito comum fazer esta pergunta. Porque parece que só a gente está sofrendo, que só conosco que as coisas dão errado. Parece até que Deus nos esqueceu ou que nunca se lembrou da gente. Mas isso não é real.
O fato é que quando sofremos nos centramos no sofrimento, nos envolvemos, ficamos com dó de nós mesmos, ficamos com raiva de quem nos destratou ou das coisas ruins que aconteceram, enfim, é muita energia perdida passando por nós e reverberando em nossas sombras.
Já pensar no bem, na felicidade, exige uma energia diferente, uma vibração em expansão. Pode fazer um teste.
Observe que quando você pensa em algo muito feliz, muito bom para sua vida, sempre esse sentimento envolverá outras pessoas. Quem sabe um namorado, ou um filho dando certo na vida, seu esposo ou esposa, alguém que você ama se curando, você sendo promovido e ganhando mais para realizar sonhos, enfim, sempre que pensamos em coisas boas pensaremos nos outros. Em nós e nos outros.
Já o sofrimento é egoísta, pode até ser que soframos por uma outra pessoa, por não dar certo no amor ou por sermos demitidos, mas terminamos por nos fechar, por não falar mais no assunto, por guardar tudo aquilo que nos aborrece dentro de nós. É claro que não devemos sair por aí semeando a cizânia, ninguém merece conviver com pessoas revoltadas, magoadas e rancorosas, mas nós também não merecemos e não devemos guardar essa raiva dentro de nós. Pois a raiva pode matar, gerar um câncer, destruir relacionamentos e fazer um grande estrago na nossa evolução espiritual.
Foi nesta sintonia que recebi Sonia, mulher bonita dos seus 40 anos, bem nascida, formada em direito e casada pela segunda vez. Aparentemente bem, porém, na sessão de vidas passadas veio uma história muito triste de uma moça que se casou para cumprir regras; o pai fazendeiro arrumou um casamento para a filha com um homem bem situado. Ela, buscando uma harmonia, fez tudo para o casamento dar certo. No entanto, o marido era um tipo machista, dono da verdade e, na época, isso era sinônimo de falta de respeito e educação.
Essa moça foi muito mal tratada, apegou-se aos filhos para conseguir viver, porém, guardando muita raiva e desgosto; sem ter como soltar essa energia morreu ainda jovem.
Ouvindo tudo isso, ela se emocionou bastante, pois muitas situações se repetiram nesta existência e seu desafio era se abrir e dialogar com a dor. Essa moça não sabia se queria ou não permanecer casada, e já sabia que essa resposta não viria de alguém e, sim, dela mesma.
A sessão serviu para ela entender a importância de se libertar da raiva, pois apesar de ainda sentir amor pelo marido, tinha muitos conflitos. Ora sentia raiva porque ele fez uma série de negócios tumultuados e perdera o emprego várias vezes. Ora sentia pena e um sentimento maternal. Os conflitos internos eram muitos. Mas, agora, ela sentia que precisava de foco na sua cura, em abrir sua energia para ouvir seu coração. Percebeu que morreu cedo na vida passada justamente por se ressentir e se fechar.
Pois é, amigo leitor, abrir-se não é fácil, perdoar também não, mas cada um tem sua parte e deve fazer tudo o que for possível para se libertar da dor.
[Maria Silvia Orlovas]

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