quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O SEU LUGAR NO UNIVERSO


Expansão e condicionamento são conceitos antagônicos, mas que explicam as tendências da natureza humana. Condicionar é adaptar-se às condições pré-estabelecidas através da visão praticista da vida, baseada no uso da razão materialista. Enquanto expandir a mente significa não se limitar a conceitos existentes, mas estar com a mente aberta, receptiva às novas idéias e descobertas, sejam elas cientificamente comprovadas ou não. Ou seja: expandir é alargar a visão do mundo e da vida além da razão materialista.
Na tendência condicionada, nos tornamos pessoas que seguem regras, normas e a ética aplicadas ao convívio social, que são imprescindíveis para a vida em sociedade. Na tendência expansivista, a visão de vida alarga-se além dos "horizontes" das nomenclaturas, condicionamentos sociais e interesses particulares.
Quando predomina a tendência condicionada, nos tornamos tradicionais e óbvios, pois seguimos a "cartilha" das convenções sociais sem o desenvolvimento do senso crítico e investigativo, responsável pela busca de respostas que são necessárias à expansão da consciência.
Por outro lado, quando a tendência é exageradamente expansivista, negligenciamos prioridades que nos ligam à necessidade de sobrevivência e de progresso material por intermédio da interação social.
Se existissem somente pessoas condicionadas, o nosso mundo "real e utópico" evoluiria muito pouco. Não teríamos as idéias, inspirações e motivações que aceleram o processo das descobertas e invenções nas áreas das ciências, das artes e do espírito investigativo que transcende o campo da dimensão física.
Se a maioria da população terrestre fosse de pessoas expansivistas, careceríamos da necessidade de apego às questões básicas que nos ligam à estrutura familiar e social. Isto é: com a cabeça no "alto" de nossas criações, reflexões, divagações e buscas, esqueceríamos que os pés precisam estar no "chão" de um planeta que exige a luta pela sobrevivência.
Registros históricos da Idade Média nos informam que foi no evento de "caça às bruxas" que tudo começou, no sentido de impedir que as mentes abrissem para a expansividade. O trauma da Inquisição, gerado pela imposição do Santo Ofício que determinou que a partir de tal data todas as pessoas fossem "condicionadas" a cumprir normas de conduta em sociedade, resultou em séculos de inibição, desmotivação e bloqueio em mentes de tendência expansivista. O trauma, de uma certa forma, persiste - e insiste - até hoje através da visão unilateral que associa a existência humana às circunstâncias da realidade física.
Contudo, a partir da extinção do Santo Ofício e, por força das transformações anunciadas para o terceiro milênio, muitas mentes começam a expandir em busca de respostas que superem a visão unilateral da vida sobre o planeta Terra.
As últimas descobertas nas áreas da Fìsica e da Astronomia informam que, independentemente do homem,  a vida segue o seu curso natural no cosmos. Há muito tempo deixamos de ser o "centro do universo", como se seres alienígenas exterminadores estivessem interessados no nosso planeta, ou se forças sobrenaturais ou extraterrestres, estivessem conspirando contra interesses das consideradas superpotências da Terra. A ciência, a filosofia e o estudo profundo de nossa natureza espiritual, aos poucos, começa a encontrar o nosso lugar no cosmos. Lugar que precisa afirmar identidade com o processo de expansão do universo...
O certo é que, queiramos ou não, cada vez mais, mentes humanas sintonizam com o cosmos em busca de respostas para a interdimensionalidade da vida. Mentes em constante expansão tem sido responsáveis pelo avanço tecnológico e pelas pesquisas de natureza espiritual que irão contemplar, num futuro próximo, cência e espiritualidade irmanadas em benefício do homem.
E nesse jogo real entre condicionar ou expandir, ao não contrariar o seu instinto de sobrevivência e preservação, o ser inteligente busca alternativas de conciliar o seguro e conhecido, que não oferece risco, com o desconhecido e inexplorado que expande a mente humana além das fronteiras de seus condicionamentos associados à matéria.
Precisamos expandir e, ao mesmo tempo, condicionar. Quando aceitarmos que somos espíritos reencarnados em um corpo físico, será dado um importante passo para que a "herança" do Santo Ofício seja, definitivamente, sepultada na cova coletiva das experiências inúteis criadas pelo homem.
Atrasamos séculos em condicionamentos alienantes que tornou lento o processo de expansão da consciência humana. Mas agora, em pleno alvorecer do terceiro milênio, com os pés no solo da Mãe-Terra e livres de inquisidores, censores da liberdade de pensamento, e de torturadores e carrascos, "inocentes úteis" de um sistema que foi perverso, o ser inteligente começa a assumir o seu... o nosso verdadeiro lugar no universo.
[Flávio Bastos]

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