segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
ANTE AS PROVAS QUE SURGEM EM SUA VIDA...
por Sonia Carvalho
É normal que o sorriso não esteja estampado a sua face em todos os dias da sua existência...
Que haja momentos em que prefira parar a ir adiante...
Que as pedras do caminho machuquem bastante a ponto de até pensar se conseguirá resistir...
Que haja instantes em que esteja repleto de questionamentos e não saiba onde encontrar a solução...
Que olhe ao seu redor e sinta falta de companheiros que não mais compartilham da mesma estrada...
Talvez em alguns dias, sinta-se envolvido pela nostalgia dos tempos que não mais retornam...
Fique confuso diante de tantos caminhos e nenhuma garantia...
Por instantes, podem até nascer receios naturais diante da tarefa que surge e convoca sua participação...
Certa manhã, pode acordar e não conseguir vencer a angústia que queima em seu peito...
Não encontrar a saída que tanto busca...
Não saber como fazer para vencer a tristeza...
Nem como controlar a raiva que explode em muitos minutos...
Talvez sinta-se cercado por desafios...
Lágrimas podem nascer, causadas pela sensação de impotência diante do sofrimento que ainda não consegue contornar.
Resignação e paciência parecem tão distantes...
Em alguma curva pode ser que sinta-se perdido e passe a indagar o rumo de seus passos.
E talvez sinta-se mais confuso em não encontrar a resposta...
Em alguma hora no decorrer do seu dia, pode ser que encontre-se pensativo diante de tantos problemas que clamam por soluções...
Veja-se rodeado de incertezas...
Preocupado pelo estado em que se encontram entes queridos.
E com a crescente vontade de estar em um lugar onde só reinasse a paz...
Quantas situações podem tirar o seu equilíbrio?
Envolvê-lo na agonia...
E criar a imagem de que está sem chão, sem rumo e sem esperança...
Sentir-se cada vez mais agitado, impaciente com quem está ao seu lado, apressado, tendo um monte de coisas para realizar e ficando com a sensação de que nada se resolve...
Talvez almeje mudanças, mas se aflija com a demora em vê-las concretizadas...
Com tantas adversidades, pode ser que sua confiança fique abalada...
Seja complicado demais reencontrar o ânimo....
E mais ainda perseverar pelos caminhos que lhe aguardam.
Quem sabe olhe ao seu redor e só enxergue sombras a se aproximar...
Espinhos por todos lados...
E uma cruz pesada demais para carregar...
Quantas noites pode vir a passar em claro enumerando o que não deu certo em sua vida...
As oportunidades perdidas...
Desilusões e rupturas que marcaram a sua história...
Em outras noites, pode ser uma dor física que lhe enfraqueça...
Ou talvez seja o coração apertado demais para permitir o repouso de seu corpo...
Acorde com a sensação de que nem descansou...
Fatigado fisicamente e perturbado espiritualmente...
Sinta-se preso ao pessimismo...
Desesperado diante dos conflitos familiares que estão a sua frente.
Assim como dos embates profissionais que necessita enfrentar...
Fardo pesado demais a ser carregado.
Como é difícil manter a fé acesa...
Pode ser que no agora o tempo pareça lento demais...
Ou mudanças inesperadas ocorram sem o seu consentimento...
Venha a ser ferido pela incompreensão...
Seus passos tornem-se vacilantes diante a tempestade que se aproxima...
Tenha dificuldades em conceder o verdadeiro perdão e sofra mais ainda...
Adote a descrença em seu dia a dia, deixando de lado a luz que traz em seu íntimo...
Não creia mais em seus talentos...
Esteja cansado diante de tantas batalhas que não cessam...
Cansado também, de a cada dia buscar dentro de ti a força para prosseguir mesmo diante de tantos infortúnios...
Falte-lhe paz...
Seus pensamentos diante de tantas quedas sofridas, tornaram-se sombrios...
Mantenha aceso à mente apenas a falsa idéia de que a renovação não mais ocorrerá.
Não consiga mais pronunciar uma prece...
Uma palavra ao Alto...
E realmente sinta-se desamparado sem forças para prosseguir...
Tendo a sua frente apenas a escuridão a assombrá-lo diante das provas que surgem em seu caminho...
Provas...
Quantas provas...
Como superá-las?
Tantas provas...
[enviado por Rose Diehl]
domingo, 27 de fevereiro de 2011
A PROPÓSITO
"Acredito, sim, em inspiração, não como uma coisa que vem de fora, que "baixa" no escritor, mas simplesmente como o resultado de uma peculiar introspecção que permite ao escritor acessar histórias que já se encontram em embrião no seu próprio inconsciente e que costumam aparecer sob outras formas — o sonho, por exemplo. Mas só inspiração não é suficiente."
[Moacyr Scliar]
A SÍNDROME DO NINHO VAZIO...
...ou a glória dos múltiplos ninhos?
[Por Moacyr Scliar]
Convenhamos, a independência dos filhos é, ao fim e ao cabo, um triunfo para os pais
Ano-Novo, vida nova, é um dito clássico. Que, contudo, raramente se traduz em mudança real. Na maioria das vezes, continuamos levando nossas vidas, mantendo nossas rotinas, postergando nossos projetos revolucionários. Mas toda regra tem exceção, e o Beto Scliar é disso um exemplo: ele começou 2011 no seu próprio apartamento, por ele muito bem instalado e decorado. Mais do que isso, e ao menos para seus orgulhosos pais e para a Ana, está se revelando um grande dono de casa. Ou seja, é um marco em sua bela trajetória pessoal e profissional.
Em algum momento os filhos têm de sair do reduto paterno-materno. A época para isso varia de acordo com as culturas, com as famílias. Nos Estados Unidos, a independência tradicionalmente ocorre no momento em que o jovem vai para o college, que mais ou menos equivale à nossa universidade. A regra é que isso se faça com mudança de cidade (quanto mais distante melhor), e a partir daí o rapaz ou a moça terão de tomar conta de si mesmos.
Na classe média brasileira, a coisa sempre foi mais flexível, e essa flexibilidade aumentou na medida em que cresceu a expectativa de vida e na medida em que a independência, cada vez mais dependente do diploma, do mestrado, do doutorado, foi sendo adiada. Uma adolescência prolongada, portanto, mas não infinita (ou, parafraseando Vinicius, infinita enquanto dura). De qualquer modo, a ideia da família extensa, que até era um costume no período colonial (entre os ricos ao menos) foi ficando coisa do passado.
Claro, é uma mudança, e toda a mudança tem suas implicações. Amigos nos perguntaram, e com razão, se já estamos com a síndrome do ninho vazio. A expressão, provavelmente de origem americana (“empty nest syndrome”) é muito conhecida; remete a quase 200 mil referências no Google, a dezenas de artigos que analisam esta situação. Os autores apontam algumas vantagens (o refrigerador não é mais saqueado pelo filho e pelos amigos, a mãe não tem mais que arrumar quartos que parecem um cenário de guerra, a casa fica mais silenciosa), mas reconhecem que esta ordem, esta limpeza, este silêncio podem ter o seu lado melancólico. E aí sucedem-se os conselhos tipo autoajuda, que incluem até indicações de terapia.
Será que é para tanto? Convenhamos, a independência dos filhos é, ao fim e ao cabo, um triunfo para os pais. O ninho poderá ficar um tanto vazio, mas a verdade é que outro ninho surge, não raro vários deles. São casas que acolhem os pais, são lugares que lhe proporcionam surpresas. É a nossa superfície de contato com o mundo que se expande, e isso sempre é consolador.
Não é de admirar, pois, que repetidos estudos realizados a respeito (nos Estados Unidos, obviamente; onde mais?) mostrem que o índice de felicidade conjugal, avaliado através de indicadores, melhora quando os ninhos ficam múltiplos, e quando o casal pode, de certa forma, se redescobrir.
Voar É com os Pássaros era o título de um antigo e clássico filme. Não, voar não é só com os pássaros. Nós também voamos, seja nos aviões (quando os voos não são cancelados), seja através de nossa imaginação. Cada ninho, onde quer que esteja, é uma base para os sonhos. Entre eles, claro, o sonho de nossa própria casa.
PENSAMENTO DO DIA
"Não basta ter sido bom quando se deixa o mundo. É preciso deixar um mundo melhor." [Bertolt Brecht]
sábado, 26 de fevereiro de 2011
A LINGUAGEM DO SILÊNCIO
Há os que falam muito e nada dizem e os que possuem no silêncio seu melhor argumento. Há os que falam muito e ninguém ouve e há os que são ouvidos quando se calam. Há discursos que não empolgam e há silêncios comoventes. Há ainda aqueles que quando falam, o silêncio se faz. Isso porque, lembrando Salomão, "as palavras dos sábios, ouvidas em silêncio, valem mais do que os gritos de quem governa entre tolos". (Eclesiastes 9.17).
No livro das revelações somos informados que "houve silêncio no céu cerca de meia hora." (Apocalipse 8.1) Alguns homens concluem do texto que não há mulher no céu; algumas mulheres veem neste silêncio a perplexidade sentida, diante do absurdo de se permitir a entrada de homens no céu. O silêncio, em verdade, antecede a criação e a revelação.
No julgamento e execução de Jesus, as várias tentativas de fazê-lo falar não tiveram êxito. Por mais intimidantes que fossem os métodos usados na tentativa de arrancar-lhe alguma declaração, o silêncio por parte do Mestre persistiu. De nada adiantou a tortura psicológica e física; Jesus lançou mão do direito de ficar em silêncio. Por não tomar posse deste direito, muitos de nós perdemos grandes oportunidades de ficarmos calados.
Para Jesus, o momento era de silêncio pois em cada um de seus algozes só existia espaço para ouvir os respectivos argumentos. O silêncio era, então, a possibilidade de levar seus acusadores a ouvir as próprias acusações e a perceberem a incoerência e a inconsistência sobre as quais eram formuladas. Seu silêncio, no entanto, se fazia esvaziado de ódio, mágoa ou desejo de vingança; de seu interior, tais densas e sombrias energias não emanavam. Seus olhos não faiscavam ira, mas destilavam bondade e compaixão. E foi neste estado de leveza, em face de toda brutalidade, que como incenso sua prece ascendeu a Deus nas seguintes palavras: "Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem".
Assim como há roupas para diversas ocasiões, vinhos propícios para diferentes pratos e copos para diferentes vinhos, há também silêncio com os mais variados propósitos e significados, oscilando entre o elegante e o inconveniente, entre os que geram benefícios e os que são nocivos.
Pensando nisso, ofereço uma pequena lista com alguns tipos de silêncio possíveis de serem observados, em variadas situações.
Silêncio Sábio, ou motivado pela prudência. É utilizado quando se percebe que os ânimos encontram-se exaltados, a descompensação se faz presente, o complexo assumiu a posse da consciência, a ira cegou a razão, a lucidez foi apagada, o ego encontra-se divorciado do Eu. Nestas circunstâncias, manifesta sabedoria quem se refugia em amoroso silêncio até que a "tempestade" passe, entendendo que "não havendo maldizentes cessa a contenda". Sabe que muito mais útil do que ter razão é ter bondade; mais importante do que um argumento forte é um coração manso.
Silêncio acolhedor, quando face à dor do semelhante, causada por perdas humanas ou materiais, evita-se argumentar, comparar, justificar, explicar ou aconselhar, restringindo-se a estar perto, em silêncio, esvaziado das pretensas verdades, totalmente disponível, para sentir e ouvir o que o outro experiencia. O silêncio acolhedor abre espaço em nós para que o outro se refugie. Nestas circunstâncias, um olhar encharcado de ternura, um abraço cheio de compaixão, estar presente de corpo e alma, é puro alento.
O silêncio extasiado. Quando, diante do que encanta e arrebata, quedamos em reverente silêncio, em prostração de espírito e de alma. Silêncio que nos assalta diante do mistério da vida e da morte ou da magia da Criação. Silêncio que relativiza todas as vozes e faz cessar todos os argumentos, ao sentir no coração a presença divina, ao ouvir na alma a voz de Deus, quando na mística da fé contemplamos o Eterno Mistério.
Silêncio imposto. Quando pelo uso da força cala-se a voz do mais fraco, do injustiçado, do discriminado, do oprimido, do marginalizado. Silêncio imposto pelo medo, gerado pelas armas do poder econômico, político e religioso que perpetuam a escravidão, a repressão, a culpa, o julgamento e a condenação. Silêncio de quem se tirou a voz e a vez.
Silêncio conivente. De quem se deixa calar por benefícios injustos, de quem possui a consciência estuprada pelo ganho ilícito. Silêncio comprado, fruto do desavergonhado diálogo entre o corruptor e o corrupto. Tem a verdade como mercadoria de troca onde o que é direito é silenciado em benefício da ganância; quando diante da oportunidade ilícita sobressai a falta de caráter e "vende-se a alma ao diabo".
Silêncio covarde. Quando diante da maldade, da corrupção, do estelionato, do desmando e da injustiça praticada nos domínios familiar, econômico, político e religioso, opta-se por manter-se a "língua presa" no céu da zona de conforto na qual medrosamente se abrigou. O silêncio covarde é o silêncio da omissão, aonde o maior dano não vem só dos malfeitores, mas também e sobretudo dos cidadãos de bem que se mantém omissos.
Silêncio que fere. É silêncio motivado pelo ódio, pela indiferença, pelo sentimento de vingança, pela incapacidade de perdoar, de acolher e de amar. Neste aspecto, lembrando Rodovalho, "o silêncio é um recado. É a pior carta que alguém pode enviar para o outro." Tal silêncio é capaz de infernizar e produzir enfermidade em quem o protagoniza, podendo ainda causar muito sofrimento ao alvo da aridez de tal comportamento.
Silêncio Buscado. Lembro aqui do silêncio praticado pelos "Nadistas" que sugerem desconexão de aparelhos eletrônicos por algum período, o que sem dúvida é muito salutar; além de potencializar a criatividade, pode evitar o "burn out", transtorno psíquico que mescla esgotamento e desilusão. O objetivo principal do silêncio buscado, no entanto, é nos conectar conosco mesmos, levando-nos a tomar consciência do próprio corpo, sentir a respiração, o coração, reencontrar a alma, mergulhar no nada grávido de criatividade.
Tal silêncio nos liga à essência divina que nos habita, reconcilia o ego com o Eu, faz-nos íntimos de Deus, liberta-nos da aparência, redireciona e suaviza a existência. Harmoniza os pensamentos, sentimentos e relacionamentos, possibilita e potencializa a meditação, dá profundidade à oração, além de ser saúde para o espírito e para o corpo.
Há silêncio e silêncio, carregando cada um sua própria singularidade, linguagem, propósitos e resultados. Há o silêncio altruísta e o egoísta, o que fecha e o que abre, há o que constrói e o que destrói, o que abençoa e o que amaldiçoa, há o que gera paz e o que perpetua o ódio. Há silêncio que cura e que faz adoecer, há o que é fruto de amor e o que é fruto do ódio.
Lançar mão do silêncio, como instrumento abençoador, exige coragem, maturidade, esvaziamento, proatividade, autocontrole, sabedoria e auxílio divino. Que ao silenciarmos o façamos movidos por amor, com o desejo de abençoar sempre.
[Oliveira Fidelis Filho]
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
DE NOVO CARPINEJAR
por Fabrício Carpinejar
A alegria pode deprimir. Não é exagero. A alegria deprime mais do que o sofrimento. A pessoa adquiriu a casa, formou a família, os filhos crescem com saúde, tem um carro na garagem, um trabalho proveitoso, está casada com quem gostaria e no final da noite um vazio volta a atormentar. A noite vem tão rápido que ela pensa que é um chapéu. Nada está errado e isso incomoda terrivelmente. O que reclamar? Quem culpar? Chegou até o topo e falta expectativa e vontade para descer. A dor torna-se somente uma preguiça de se levantar. É semelhante à depressão pós-parto. Uma ânsia de destruir as conquistas para reiniciar. O receio de não suportar o pique do entusiasmo, de não valorizar o que foi feito, de não ser merecedora do espaço. Uma desvalia que aparece no mais profundo orgulho.
Depois de uma alegria intensa, de cumprir os desejos, uma coceira nos olhos enterra os olhos: e agora, o que vou fazer? Não há nenhum motivo óbvio para se lutar com garra. Não há dívidas e problemas para se preocupar. Não há um obstáculo, uma doença, uma teimosia, uma conspiração, um ódio. Não há motivo para falar mal de si e dos outros. Nada que seja levado a sério e que imponha uma força extra. A alegria passa a ser previsível, equilíbrio, rotina. Os horários estão ajustados: a musculação de manhã, o inglês de noite, o cinema semanalmente, os jantares e alguma coisa diz que ainda não está bom porque está bom demais.
O tédio prospera com quem conseguiu tudo e com quem nada conseguiu. A precariedade e o fastio são parentes. O tédio é democrático. Enfrenta-se o terror de que depois de uma alegria forte teremos alegrias menores, risos de meia boca. O dia seguinte de um grande amor é uma tristeza só. Um abandono. Depois das alturas, rastejar entre a cama e a cozinha. Raros confessam, porém a cabeça fica nas nuvens, desligada, não sobrando chance de repetir um enlace igual. É insuportável cogitar que acabamos de viver o máximo da existência e ainda assim continuar vivendo para cumprir tabela. Não, ninguém gosta de jogar amistoso, sem o risco de perder feio ou ganhar apertado. Felicidade é não se acostumar com ela. Entende-se o motivo de muitos que jogam fora a felicidade em uma briga ridícula e depois se arrependem. Jogam fora porque são vítimas da alegria, não da tristeza. Querem cobrar o que veio de graça.
[enviado por Rose Diehl]
DESPERTE PARA A FELICIDADE
A raíz do desequilíbrio psíquico-espiritual, ou seja, do mal entendido como uma opção do livre-arbítrio, acompanha o homem desde o seu surgimento sobre a face da Terra, e manifesta-se de uma forma individual e potencializada, ao deixar sequelas muitas vezes incuráveis, atribuídas a uma infância traumatizada pela irresponsabilidade de pais ou substitutos na educação.
No entanto, o mal é uma chaga estrutural, sistêmica e cíclica. A fórmula do mal que age sobre o psiquismo humano é simples, embora o homem, através de estudos incompletos na área da psicologia, complique a sua plena compreensão, que é a seguinte: livre arbítrio = predomínio do mal = desequilíbrio psíquico-espiritual = (psico)patologias = infelicidade.
Esse padrão de comportamento revelado pela fórmula da predominância do mal em nossas vidas, revela também, como decorrência, a ausência do predomínio do bem como opção de livre arbítrio. Por este motivo, surgem os desequilíbrios que nos levam às doenças, ao sofrimento e à dor (Lei de Causa e Efeito).
Para compreendermos o profundo significado do bem - ou do amor - em nossas vidas, precisamos aprofundar no estudo do mal observado como uma sutil energia que desde tempos imemoriais age nocivamente sobre psiquismos e corpos humanos, ao padronizar comportamentos que se repetem ciclicamente, encarnação após encarnação.
Eis o paradigma que deve ser modificado pela ação mais efetiva da ciência em forma de estudos que percebam a tênue "divisa" entre a mente, corpo e espírito. A cura das (psico)patologias encontra-se nesse patamar acessado pela inteligência humana mas ainda não reconhecido pela ciência oficial. E tal paradigma será substituído por novo modelo quando a grande maioria de profissionais da área da saúde mental aceitarem curar o mal pela raíz, isto é, a sua causa espiritual e não somente o efeito no corpo materializado.
Na área da psicoterapia alternativa que investiga o inconsciente humano além da vida intrauterina, estudos, experiências e a própria prática têm demonstrado que somos espíritos imortais. E que cada encarnação é uma nova oportunidade de melhorarmos em relação ao que somos, ou seja, despertarmos para um nível de autoconhecimento em que a prática do bem torne-se imprescindível como forma de transformarmos o "velho paradigma" em um novo modelo de vida voltado para o crescimento através do predomínio do amor.
A psicologia e a medicina, inseguras em relação a muitos casos complexos que não conseguem explicar, há algum tempo admitem oficialmente o sexto sentido, ou seja, a mediunidade compreendida como um estado alterado de consciência.
Nos últimos dez anos, muitos psicólogos e psicanalistas têm focado a sua base de conhecimento e investido estudos em direção à vida além intrauterina. Essa guinada na práxis profissional é atribuída, na maioria dos casos, à conscientização de que é fundamental agir em benefício de um método terapêutico que contemple a natureza interdimensional do homem, e que contribua para uma mudança de mentalidade a respeito de diagnósticos baseados num modelo comportamental que há milênios acompanha a humanidade.
Nesse sentido, é devido ao condicionamento teórico-prático relacionado a um conjunto de crenças materialistas, que a ciência oficial não consegue sair do "clichê" que fixa o conhecimento sobre o psiquismo humano até a vida intrauterina.
O alvorecer do terceiro milênio nos estimula a despertar da inconsciência de nossa interdimensionalidade para a luz da consciência do que é essencial transformar em nós mesmos. E essa mudança interior passa pela admissão de que devemos providenciar a gradual troca de nosso modelo energético que consiste na aceitação da leis naturais - ou universais - como referência máxima em nossas vidas.
Portanto, conhecer, aceitar e praticar as leis naturais, é a fórmula que leva o indivíduo a atingir um estado de consciência em que a dor e o sofrimento serão compreendidos e, acima de tudo, evitados. Compreender que existe um ponto de intersecção entre a alma e a mente, que quando acessado pela prática contínua do bem leva o indivíduo a uma percepção diferenciada de si mesmo, do outrem e do universo...
De nada adianta repetirmos experiências reencarnatórias condicionados a um padrão comportamental associado ao predomínio do mal decorrente das escolhas do livre-arbítrio. Esse ciclo vicioso, além de não levar o indivíduo a lugar algum, estimula-o a repetir velhos clichês que o acompanham há muito tempo.
A transformação de nossa energia começa pelo exercício da simplicidade e da humildade através da prece espontânea, da meditação, do não julgar, do perdoar e demais orientações aqui deixadas por espíritos elevados como Jesus Cristo, Siddartha Gautama (Buda), Chico Xavier, entre outros que admiramos. Orientações que se encontram inseridas nas leis naturais que regem o universo e que são acessíveis a todas as criaturas dotadas de inteligência e livre arbítrio.
É tempo do homem criar um novo modelo comportamental e sepultar, definitivamente, o velho paradigma baseado em crenças e percepções desfocadas de sua realidade interdimensional. É momento de praticarmos a fórmula do bem: livre arbítrio = predomínio do bem = equilíbrio psíquico-espiritual = autocura = felicidade.
[Flávio Bastos]
PENSAMENTO DO DIA
"Três coisas trazem infelicidade: saber e não ensinar; ensinar e não fazer; ignorar e não perguntar." [São Beda]
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
ACEITAR E VIVER A REALIDADE
Algumas vezes, quando conseguimos entrar em contato com a realidade, logo em seguida, voltamos ao nosso velho estado de inconsciência e conseqüente insatisfação. O motivo disto é a não aceitação da realidade constatada e a sensação "incômoda" que esta experiência nos traz. Aceitar a realidade nos leva a vivê-la, sem ilusões, confrontando a vida com consciência e responsabilidade. Com exceção das pessoas que despertaram sua consciência plenamente e, de verdade, aprenderam a viver a realidade, é praticamente impossível, encontrarmos um ser humano, vivendo na dualidade, que saiba lidar com a realidade de forma sábia e coerente.
Sofremos tanto vivendo as dores da ilusão e nem sequer imaginamos que essas dores acontecem justamente porque são ilusórias. Mas, na dualidade, nossa dor é tão intensa e "tão real", e os motivos pelos quais sentimos dor também nos parecem tão reais, justificáveis e verdadeiros, que realmente é muito difícil, até mesmo imaginar, que tudo não passa de ilusão. Nossos pensamentos, a forma como vivemos, reagimos e interagimos, as reações negativas dos outros, etc, é tudo muito "real", essas experiências acontecem mesmo.
A única "realidade" que conhecemos é a que existe no mundo ilusório, assim, como podemos conceber a idéia de que tudo é ilusão? Como podemos sair dessa ilusão, se estamos tão presos a ela, por conta de nossas crenças que estão sempre se confirmando? Como podemos aceitar uma "outra" realidade e, mais ainda, viver a nova realidade, abrindo mão de toda a realidade ilusória na qual acreditamos?
É possível, sim, acreditarmos e vivermos na "realidade verdadeira", mas somente quando nos propomos a descobrir estas verdades e buscamos o despertar da consciência. Com isto, começamos a perceber mais claramente esses equívocos. Mas a sensação entre o momento da desconexão com a ilusão e o imediato contato com a realidade, traz-nos um desconforto muito grande, uma sensação de desequilíbrio, dependendo do contexto, é como se nosso chão tivesse sido tirado de sob nossos pés. Mas se perseveramos em ficarmos sintonizados na realidade, esse mundo ilusório se desmorona à nossa volta. Ao mesmo tempo em que se desfaz, o ilusório nos "puxa" novamente para dentro de sua freqüência e "realidade". A sensação de vazio e confusão acontecem de forma dolorosa. Tudo acontece de forma muito rápida e temos que ter uma forte convicção e determinação em prosseguir, pois a ilusão nos atrai demasiadamente. Não devemos lutar contra, mas aceitar, pois isto é algo natural no processo de mudança de percepção e de contato com a realidade.
A dolorosa sensação de desilusão, que experimentamos ao longo de nossa vida, não era real, pois acontecia dentro do mundo da ilusão, o que a tornava uma desilusão ilusória. No contato com a realidade, a desilusão acontece de forma mais intensa e difícil de lidar, pois está dentro de um contexto novo, durante a passagem da ilusão para a realidade. Isto poderá nos levar a um conflito, pois queremos nos aferrar à crença na "realidade do mundo ilusório", usando mil justificativas para provarmos a "irrealidade do mundo real".
Se tivermos consciência de que a confusão e conflito internos farão parte do processo natural da transição entre o ilusório e o real, ficaremos mais tranqüilos, o que favorecerá o processo de aceitação. O resultado é que o estado de confusão se dissipará, pois não haverá luta interna. Isto será favorável à retomada de nosso poder pessoal, que nos dará condições internas para suportarmos o que está ocorrendo dentro de nós, com uma auto-observação cuidadosa e com profundo auto-respeito. Com isto evitaremos racionalizações, para avaliarmos nossas percepções e constatações, com a sabedoria do Eu Real. Não estaremos tomando decisões e nem tirando conclusões, mas nos entregando a um momento difícil e sublime, que deverá acontecer com muita consciência.
Nossa capacidade perceptiva ficará mais aguçada para que o entendimento, compreensão e ACEITAÇÃO das contestações e da realidade, possam acontecer a partir de nosso coração, porque é só aqui que tudo se "organizará e se aquietará", e nos trará as condições ideais para que possamos cada vez mais aceitar e vivermos a realidade.
Porém, muitas vezes, conseguimos passar por este processo de aceitação da nova realidade, mas logo em seguida, nos deixamos levar de volta ao mundo da ilusão. Isto ocorre porque é mais confortável e dá menos medo - a realidade nos assusta -, viver no velho mundo que tanto conhecemos e com o qual aprendemos a lidar, mesmo com dor, mas é um mundo dentro do qual nos sentimos mais "seguros". Isto acontece porque nossas expectativas sempre são no sentido de esperar o pior, de acreditar no perigo e de temer o novo. O medo de viver a experiência do mundo novo e real nos faz recuar.
Entramos na fase de oscilações, para que possamos sustentar a aceitação e a compreensão, para podermos passar para a fase de aprendermos a VIVER na realidade. Isto poderá acontecer se perseverarmos em buscar condições que nos apóiem e nos fortaleçam, que acontece dentro de um processo de autoconhecimento (qualquer que seja), onde temos a possibilidade de resgatarmos nossos potenciais, dons e sabedoria divina. Assim, a cada oscilação entre o contato com a realidade e o retorno ao conforto da ilusão, estaremos cada vez mais nos habituando e aprendendo a experimentá-la, de forma gradual. Não devemos nos forçar a viver em um mundo que tememos, isto seria uma auto-agressão. Precisamos nos acolher e nos aceitar dentro de nossas dificuldades e limitações.
Com esta aceitação, cada momento de contato com a realidade, nos trará mais confiança dentro dela e isto nos levará a desejá-la e aceitá-la cada vez mais. Conseqüentemente, isto nos levará a vivermos a realidade, mesmo com medo dela, e nossa consciência nos ajudará a permanecer e perseverar. Será algo gradativo, que acontecerá primeiro dentro de contextos mais simples, em questões mais fáceis de serem aceitas e assimiladas, até que em um momento possamos estar mais seguros e confiantes, para que possamos expandir esse mesmo processo para todas as questões e aspectos de nossa vida.
Quando nos colocamos inteiros na vida, com coragem e firme vontade, buscando, aceitando e vivendo integralmente a realidade, passamos a viver a partir de nosso Eu Real, que nos leva a viver com segurança, autoconfiança, sabedoria e discernimento, para que possamos enfrentar possíveis desafios naturais e, finalmente, cumprirmos nossa missão de vida.
[Teresa Cristina Pascotto]
PENSAMENTO DO DIA
"Pequenas ações que realizamos são melhores do que as grandes que planejamos." [Confúcio]
sábado, 19 de fevereiro de 2011
A IMPORTÂNCIA DE TER UM LOCAL EM CASA PARA CONVERSAR COM DEUS
Num mundo poluído energeticamente, como o que vivemos, é de fundamental importância que tenhamos em nossa casa um local para sentarmos, nos acalmarmos e conversarmos com Deus. Nesse exercício de meditação, procuramos acalmar os nossos pensamentos através da busca de um silêncio interior, ou de mantras, que podem ser as orações tradicionais (Pai Nosso, Ave Maria etc.) bem como afirmações, decretos, sons, etc..
O que importa é, pelo exercício freqüente dessa prática, procurarmos nos libertar gradativamente do comando do nosso pensamento, que nada mais é do que um instrumento do nosso Ego para atender os seus próprios desejos e anseios, em sua maioria 'ego-ístas'. Qualquer pensamento que comece pela palavra "Eu" ou que tenha uma forte conotação de "Meu" e "Minha" é, em si, falso e enganoso, embora pareça real e verdadeiro. O nosso Ego é uma criação da nossa persona, para orientar o rumo na vida, um rumo geralmente cego e sem sentido. E o pensamento faz de tudo para que permaneçamos nesse rumo, acreditando e nos fazendo acreditar que somos nós que estamos pensando e querendo coisas, ansiando por aquelas coisas, que somos nós que somos ansiosos, impacientes, angustiados, tristes, magoados, abandonados, quando, na verdade, é a nossa persona que se sente assim e através de seu representante, o Ego, nos transmite essas sensações; parece que somos nós, mas não é assim.
Qual a importância de ter em casa um local onde sentar comodamente ou deitar, relaxar, acalmar os pensamentos da minha persona, e procurar encontrar-Me? Saber onde Eu estou... Certamente estou em minha persona, mas ela é apenas uma parte infinitesimal de mim, e tem 1 metro e 70 centímetros de altura; mas, como acesso o restante de Mim? Como consigo me libertar do domínio que o Mauro exerce sobre Mim? Como consigo fazer com que o Ego atual Me obedeça? Os meus pensamentos, sendo oriundos do Mauro, não irão colaborar em nada para isso, preciso me libertar desses pensamentos, preciso parar de pensar, não querendo parar, mas, sim, não querendo nada. Como isso é possível?
Um local em casa, bonito, calmo, silencioso, confortável, onde o Mauro possa ficar de vez em quando, aprendendo a parar de pensar, pode fazer com que, aos poucos, ele comece a libertar-se de si e consiga ir Me encontrando. Eu estou aqui em cima, ele precisa subir até aqui, mas essa subida não é difícil, trabalhosa, uma tarefa árdua; pelo contrário, é como um balão, quanto mais leve, mais sobe. Onde está o peso que impede a subida? Nos pensamentos e nos seus representantes emocionais, os sentimentos. Onde está a leveza que permite a subida? No não-pensamento.
Num local assim, onde possamos permanecer algum tempo não-pensando, não-querendo, não-desejando, podemos nos libertar, dia-a-dia, de nós mesmos, dos nossos pensamentos, dos nossos sentimentos, e irmos nos endereçando para um local muito mais arejado, mais leve, onde tudo é diferente, onde se começa a sentir uma paz e um conforto, e onde podemos encontrar Deus com mais facilidade. Deus está em tudo, mas em locais assim podemos percebê-Lo mais facilmente. E ali está a alegria, a felicidade, a bem-aventurança, a serenidade, ali acabam nossos problemas, terminam os nossos sofrimentos, se encerram nossas dores. Ali nós suspiramos profundamente e nos entregamos.
Onde está o sofrimento? Parece que está nas coisas, no que aconteceu ou está acontecendo conosco, o que queríamos e não temos, o que tínhamos e perdemos, mas se examinarmos bem direitinho, de cima, o sofrimento está no nosso pensamento, em como vemos, percebemos e assimilamos o que nos causa sofrimento. Geralmente confundimos as coisas com o nosso pensamento a respeito das coisas e não é a mesma coisa. Como diz um dito popular: "Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa!". Eu perco algo muito importante e isso me causa um enorme sofrimento, onde está o sofrimento? Na perda ou como eu penso isso? A perda é a perda, o sofrimento está no meu pensamento a respeito dessa perda. Se eu não posso fazer nada em relação à perda, existe uma saída! Eu posso mudar meu pensamento a respeito dela! Mas isso vai depender de quem está comandando o pensamento sofredor: a minha persona ou Eu?
A minha persona sofre porque perdeu algo ou alguém, Eu nunca perco nada. Por que nunca perco nada? Porque Eu nunca tive nada, quem tem coisas é minha persona. Quando morreu o pai do Mauro, o que aconteceu? O Mauro perdeu o pai, Eu não tenho pai. O Mauro ficou sem pai, Eu estou junto com aquele Espírito que tinha o rótulo de pai do Mauro, o Mauro ficou só, triste, Eu me sinto bem, estou junto com quem foi seu pai. O Mauro sofre, Eu observo seu sofrimento. Ele não entende por que isso aconteceu, por que tinha de perder seu pai, Eu sei.
Se o pensamento (e os sentimentos) estiverem sob o comando do Mauro, ele padecerá de um sofrimento muito maior do que necessitaria, por um tempo muito maior do que deveria. Se o Mauro tiver um local em casa para meditar (parar de pensar), Eu poderei assumir o comando e transmitir a ele o que sei, o que ele precisa lembrar, o que deve entender a respeito da Vida, da Morte, da Impermanência, do Desapego, da Libertação, da Felicidade. O Mauro pode não me escutar e continuar sob o comando do seu próprio pensamento e os sentimentos que advém desse comando, e afundar na tristeza, na depressão, na saudade; pode até estragar sua encarnação por isso e até suicidar-se, literalmente ou através de uma doença grave, enquanto isso, Eu aqui de cima fico observando, aguardando quando ele irá abrir mão do comando e me passar essa tarefa, para que Eu possa falar com ele, explicar tudo, lhe ensinar como as coisas são e, sob o meu comando, ele conseguirá amenizar a sua dor, libertar-se da autopiedade egoísta e do seu sofrimento egocêntrico e infantil.
Daí a importância de ter um local em casa, para diariamente acalmar-se e conversar com Deus e encontrarmos o nosso Eu.
[Mauro Kwitko]
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
RELACIONAMENTOS FRUSTRADOS
Num tempo tão acelerado, com tantos apelos tecnológicos e tantos compromissos, parece que sempre estamos deixando alguma coisa para trás. E apesar de conviver com muitas pessoas, muita gente se sente sozinha, carregando o mundo nas costas sem condições de dividir tarefas ou pedir ajuda para quem está à sua volta.
Sempre me deparo com sentimentos assim em sessões de Terapia de Vidas Passadas. Um sentimento comum entre homens e mulheres de todas idades, porque conflitos emocionais e sentimentos não mudam muito de pessoa para pessoa. A solidão, o sentimento de não ser compreendido, a vontade de ser acolhido e amado é muito comum. Assim como é recorrente também a vontade de se livrar dos problemas.
Vânia, moça jovem e trabalhadora, vivendo o seu segundo casamento chegou até a mim reclamando de estresse. Disse sentir-se cansada de tantos compromissos, e de sempre entender as pessoas e ajudar, pois esperava que os outros também agissem assim com ela, porém, isso não acontecia. Infelizmente, esse sentimento de incompreensão aparece muitas vezes na terapia. Percebo que as pessoas querem muito ser amadas, terem suas faltas esquecidas, mas quando estão com raiva, ou magoadas, não querem mais focar a mente e o coração nas coisas boas e esquecer o mal. Nasce dessa mágoa uma grande incompreensão que já afundou muitos casamentos, empregos e relações de amizade.
Numa Vida Passada, Vânia tinha sido uma moça submissa como mandava o regime da época, cuidava da casa e repetia com o marido, que era um bruto, aquilo que sua mãe fazia. Cuidar, cuidar, cuidar sem reclamar de nada. Com isso ela foi se anulando e se sentindo inútil. Porém, nos tempos antigos, na vida rural, sem instrução, essa condição infeliz era natural. Hoje esse comportamento não tem mais lugar na nossa sociedade. Hoje é esperado que as pessoas se coloquem, digam o que pensam e mudem quando estão insatisfeitas. Claro que tudo isso dentro do equilíbrio e do bom senso, porque nem sempre temos a liberdade desejada. Afinal, como diz o velho ditado: A sua liberdade começa quando termina a do outro...
Seria fácil dizer para Vânia tomar uma atitude, separar-se, já que ainda era jovem, porque estava cheia de mágoas a respeito do atual marido. No entanto, será que essa moça tinha de fato tentado se comunicar da forma correta? Será que ela tinha feito a sua parte na relação afetiva? Ou estaria ela buscando um parceiro ideal que a compreendesse e amasse incondicionalmente?
Fiz essas perguntas a ela, porque sei que muita gente idealiza o amor e os relacionamentos e justamente por idealizar, frustra-se, cria mágoas, raivas e se retrai querendo jogar fora o sofrimento. Claro que existem muitas situações diferentes. Em alguns casos, o correto é mesmo se separar, criar um novo caminho para si mesmo, mas precisamos tentar entender porque certas coisas acontecem na nossa vida. Por que repetimos relacionamentos frustrados? Por que atraímos certo tipo de pessoa ou aprendizado?
São perguntas muito saudáveis no nosso processo de tomada de consciência e transformação. Porque o mal não está apenas fora de nós, nas atitudes das outras pessoas. As situações nascem conosco. Participamos fortemente da criação do nosso destino. Por isso, amigo leitor, antes de descartar as experiências, observe-se. Observe onde pode estar errando, reorganize a sua rota e boa sorte!
[Maria Silvia Orlovas]
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
NASCEMOS PARA A FELICIDADE
Todos nós temos um grande anseio: sermos felizes! É um direito inerente à nossa natureza e cada um busca a felicidade da forma que considera a correta. Uns desejam ser ricos para poderem viver cercados de conforto material, comprando tudo que ambicionam. Outros buscam o poder, que pode lhes conferir a sensação de que são valorosos e melhores do que a maioria das pessoas. Uns se operam para ficarem esteticamente mais aceitáveis aos próprios olhos e aos dos outros. E assim caminhamos... No fundo, todos com a mesma meta - a conquista da tão sonhada felicidade.
Os mais sábios nos têm dito, desde os tempos mais antigos, Jesus inclusive, que ilusões são efêmeras e não nos tornam seres felizes. Dão-nos alegrias curtas e fugazes, que logo se vão, com o passar do tempo.
Chego à conclusão, com a vivência de minhas próprias experiências, que ser feliz não é viver nas festas, ter tudo que se sonha, ser bela e desejada, mas sim, ter paz de espírito, que se consegue ouvindo a própria consciência e fazendo o melhor possível aquilo que ela sinaliza. Muitas vezes o caminho para realizar isto se torna difícil, cheio de tormentas, exigindo muita força, paciência, foco no resultado. Mas, apesar de tudo que nos aconteça e de quantas dificuldades precisemos vencer, teremos, já no percurso e mais ainda no final de cada empreendimento, a felicidade verdadeira no coração, que nada, nem ninguém, jamais poderão nos roubar. Vai independer da aprovação de quem quer que seja, pois o nosso Espírito estará nos aplaudindo e estaremos em paz!
Queridos amigos, acreditem que o que lhes estou falando não foi lido em qualquer livro, embora muitos já o tenham dito, em línguas as mais diversas, durante a história longa de nossa humanidade. É uma verdade de minha alma errante e que, afinal, aprendeu que cumprir o próprio dever perante a Vida é o único caminho bem sucedido! Dou este testemunho baseando-me em minha vida e não pensem que sempre soube disto, ou que não errei e caí bastante... Sim, isto aconteceu! Mas hoje eu aprendi e espero que Deus me dê força para continuar trilhando o roteiro que é meu, apesar dos pesares e independente das dificuldades que tiver que enfrentar.
Tendo paz, instalaremos a paz no mundo. Cada um fazendo a sua parte - trabalhando em si próprio com empenho e esperança. Estaremos semeando uma colheita feliz, seremos felizes ao caminharmos, mesmo que estejamos cansados, ou mesmo momentaneamente tristes. Tudo passa e um dia novo nasce a cada ciclo de 24 horas.
A consciência em paz nos acompanhará para onde formos e especialmente quando chegar a nossa hora de partir para outra dimensão.
Quem trabalha em sua própria leira, mesmo cansado, sorri com o coração repleto de Amor e agradecimento pela Vida que pulsa em torno e nEle mesmo. Assim, ser feliz exige esforço, meditação, silêncio, constante união com o Divino em nós e em torno de nós.
Vamos, amigo que me lê, caminhando em direção à felicidade real, abandonando as miragens mentirosas que nos acenam falsamente, neste mundo materialista, cheio de armadilhas. Caindo nelas, precisamos nos levantar e seguir pra frente. Jesus nos ensinou, dizendo que precisamos viver no mundo material, sem sermos dele. Somos espíritos, momentaneamente vivendo uma experiência terrena, mas não pertencemos a este plano. Priorizemos nossa consciência, os nossos sentimentos afetivos, a beleza, a pureza, o perdão, e, acima de tudo, busquemos tempo para nos ouvirmos! A nossa orientação chega naqueles momentos mais silenciosos...
Ser feliz é simples e cada um, apenas cada um, sabe como alcançar a felicidade, cujo roteiro está dentro de si mesmo!
[Maria Cristina Tanajura]
PENSAMENTO DO DIA
"A soberba me tira de Deus; a inveja, do próximo; a ira , de mim." [Hugo de San Victor]
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
COMPAIXÃO
Há situações-limite na vida em que precisamos e, muitas vezes, só podemos contar com a compaixão alheia.
E é nestes momentos que nos damos conta do valor deste sentimento tão profundo e poderoso que pode operar verdadeiros milagres.
O drama vivido pelas vítimas das enchentes recentemente ocorridas no Rio de Janeiro, revelou uma verdade que deveria ser óbvia, mas da qual nem sempre nos damos conta: o quanto somos vulneráveis e dependentes uns dos outros.
Quando tudo corre bem em nossa vida, esta realidade se mantém esquecida, mas as tragédias se encarregam de trazê-la de volta de maneira contundente.
E, nestas ocasiões, felizmente, se revela o melhor, o lado mais luminoso que todos possuímos, embora muitos ainda se mantenham inconscientes disso. Estas circunstâncias, embora tristes, são a maneira que a vida escolheu para não nos deixar esquecer de que somos todos um.
Como ninguém se encontra imune de passar por algo semelhante, é útil que nos lembremos de não permitir que o ego nos faça sentir humilhados ou diminuídos por precisar da compaixão alheia, mas sim preenchidos pelo sentimento de gratidão. E que o ego igualmente não faça sentir superiores por ajudar aos que necessitam.
E é importante também nos lembrarmos que, todos os dias e nas situações mais cotidianas, podemos exercer nossa compaixão, se estivermos com nosso coração tão preenchido de amor, que compartilhá-lo se torna para nós, não apenas necessário, mas uma bênção.
A diferença entre compaixão e piedade
Piedade e compaixão parecem ser sinônimos no dicionário e, geralmente, usamos as duas palavras com o mesmo sentido. Isso cria uma grande confusão. A piedade é circunstancial e a compaixão é resultado de um estado psicológico. Compaixão quer dizer aquilo que vem de dentro do coração da pessoa, e nada tem a ver com circunstâncias externas. A compaixão emana do coração da pessoa, mesmo que esta pessoa esteja sozinha, a compaixão emana sem motivo. É como uma flor se abrindo sozinha; vai espalhando sua fragrância. Não tem nada a ver com o outro. A fragrância de uma flor é exalada, independente de ter alguém por perto ou não. O perfume da flor nasce da flor, faz parte da flor, não está relacionado com nada de fora.
A consciência interna é a fonte da compaixão, a compaixão surge dela como um perfume... A piedade nasce sob a pressão das circunstâncias. A compaixão nasce da evolução do coração. O que surge em você ao ver um mendigo na rua, não é compaixão, é piedade.
(...)
A piedade fortalece o ego, enquanto a compaixão o dissolve.
A piedade é uma maneira de inflar o ego. É um bom meio, usado por pessoas "boazinhas", mas apesar disso é usada pra inflar o ego.
(...)
As sociedades baseadas no conceito judaico-cristão de piedade não acabam com as esmolas, elas as incentivam.
Se uma sociedade com real compaixão for criada ela não tolerará esmolas, pois nela não existirão mendigos!
(OSHO, Guerra e Paz interior - Ensinamentos do Baghavad Gita)
[Elisabeth Cavalcante]
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