segunda-feira, 14 de junho de 2010

CÂNCER

TEM MESMO CURA?
Certa vez, o general Charles de Gaulle perguntou ao Dr. Georges Mathé, eminente cancerologista francês: Professor, o câncer tem mesmo cura? Ao que, Mathé lhe respondeu: O câncer tem cura, porém jamais soube de alguém que tivesse se curado da estranha doença chamada "vida"! Atualmente, o câncer ainda é uma doença grave, porém, na maioria dos casos, quando diagnosticado precocemente e tratado com a adequada combinação de quimioterapia, radioterapia e cirurgia, o câncer tem cura, não sendo poucos os pacientes que sobrevivem aos seus médicos, familiares e amigos. Para tanto, a participação do paciente no seu tratamento é um dos elementos fundamentais para se obter a cura.
Na análise dos vários aspectos do câncer é importante focalizar a atenção não só a nível físico, nas células alteradas, mas no próprio paciente, em um nível mais sutil, visto que cada paciente tem não só a sua própria constituição genética, mas também a sua própria personalidade e crenças, decorrendo disso diferentes respostas a um mesmo tipo de tratamento e a necessidade de tratamentos personalizados.
No homem, emoções e sentimentos provocam consequências orgânicas positivas ou negativas em relação direta com a natureza dessas emoções e sentimentos. Assim, do mesmo modo como alguns fatores psicológicos podem contribuir para o desencadeamento do processo tumoral (por exemplo, a ocorrência de crises emocionais com grande sensação de vazio interior e com falta de significado em relação à própria existência), outros tantos podem contribuir para a regressão do câncer, em especial, o desejo do paciente de querer realizar e levar a termo algo que lhe é muito caro.
Portanto, na luta contra o câncer, o paciente não deve se comportar como uma vítima indefesa e passiva, mas deve assumir a sua parte da responsabilidade do tratamento, concentrando toda a sua energia e seus esforços contra a doença. Deve focalizar a sua atenção nos inúmeros casos de cura através da cirurgia, da radioterapia e da quimioterapia. Deve também inteirar-se dos casos de cura espontânea, dos quais, tanto na literatura cientifica quanto na leiga, existem vários relatos, em sua maioria associados a preces, à meditação e a profundas experiências psicológicas.
O acesso aos grupos de apoio e às associações de combate ao câncer é importante porque, além da difusão dos avanços médicos e tecnológicos que permitem aos pacientes enfrentar melhor o dia a dia, tais grupos têm também o objetivo de fazer com que os conhecimentos adquiridos na vivência do desafio de cada um sirvam de exemplo e de estímulo para que outros, com problemas semelhantes, consigam vencer a própria luta, pois a mente é um fator poderoso no combate às doenças e se nós não a empenharmos a nosso favor, ela estará sendo deixada de lado e entregue à depressão, à perda da vontade de viver, à angustia, ao medo e ao desespero.
Através de exercícios de relaxamento e de treinamento autógeno, o paciente pode descobrir que por meio da mente ele tem mais controle sobre o seu corpo do que supõe. Ele aprende que, em estado de relaxamento, conseguido voluntariamente, voltando a atenção para o seu mundo interior, pode controlar o fluxo sanguíneo das mãos ou dos pés, por exemplo, tornando-os mais quentes ou frios. Com isso, ele passa a se dar conta de que pode exercer papel importante no seu tratamento, podendo, por sua própria vontade, aumentar o fluxo de sangue para as áreas doentes, permitindo assim a chegada de maior quantidade de medicamentos e de um número maior de células de defesa. Dessa forma, em estado de relaxamento pode visualizar as suas células tumorais sendo atacadas e destruídas pelos quimioterápicos que lhe são administrados ou pela radioterapia a que é submetido e visualizar um exército de competentes células imunológicas atacando e destruindo as poucas células tumorais restantes.
Portanto, enquanto o corpo estiver sendo submetido a todos os tratamentos médicos necessários, o paciente por si, além de passar a adotar saudáveis hábitos higiênicos e alimentares, deverá também adotar saudáveis hábitos mentais, empreendendo passeios frequentes pelos caminhos de um estado superior de consciência e de autoconhecimento, que são os caminhos da Alma.
Com sua participação consciente e seu desejo de viver, as intensas emoções e sentimentos resultantes da sua luta contra a doença vão lhe propiciar uma estranha felicidade que transcende quaisquer palavras e que se manifesta no brilho do olhar, nos gestos e na expressão toda. Uma felicidade que ensina aos que lhe estão em volta. E mesmo quando a hora chegar, ele saberá servir aos outros através do seu exemplo. Estará participando e quem assim participa não morre nunca, pois para quem faz até da sua morte um ato de serviço, ela será a sua Iniciação Maior.
[Renato Mayol]

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