sexta-feira, 27 de maio de 2011

EM BUSCA DO GOZO PERFEITO


Segundo o espírito Joanna de Angelis pela psicografia de Divaldo Pereira Franco, em "O ser consciente", o sentido e o significado da vida centra-se na busca e no encontro da felicidade, que constitui o mais frequente desafio existencial responsável pelas contínuas relações humanas. A felicidade, por isso, torna-se difícil de ser lograda e, não raro, muito complexa, diferindo de conteúdo entre si mesma e os grupos sociais. Confundida com o prazer, descaracteriza-se, fazendo-se frustrante e atormentadora. A visão de felicidade é sempre distorcida, levando o indivíduo a considerar que quando não se encontra feliz, algo não está bem, o que é uma conclusão incorreta.
E conclui Joanna de Angelis: O sonho humano de felicidade é róseo, assinalado pelo conforto, o ócio e o poder, graças aos quais se desfrutaria de bem-estar e gozo, inadvertidamente considerados o seu logro. Essa busca do self profundo, deve superar e mesmo arrebentar as resistências inibidoras, o sentimento de culpa, cujas energias serão canalizadas para a conquista da felicidade.
No planeta Terra, o homem é a única espécie que busca a satisfação e o prazer na experiência vital. No entanto, perseguido e desejado há milhares de anos, o gozo ainda encontra-se em sintonia com a sua natureza animal e imperfeita.
Na verdade, o problema em si não é o gozo, mas os desequilíbrios psíquico-espirituais decorrentes da busca de satisfações que revelam o lado sombrio e perverso do ser inteligente.
O sadismo que envolve o prazer com o sofrimento alheio, ou o sadomasoquismo - sadismo + masoquismo - que é a busca do prazer na relação sexual por intermédio de técnicas que provocam dor física e níveis de sofrimento, são exemplos de tais desequilíbrios...
Nesse sentido, o gozo do sádico pode estar na crítica contumaz, no deboche, no sarcasmo, na prática do bullyng, nas perversões sexuais. Mas, principalmente, na psicopatia, quando o indivíduo manipula, seduz ou mata com o objetivo de sentir prazer com o sofrimento provocado às suas vítimas.
O gozo em desequilíbrio está no estuprador, no pedófilo, no corrupto, no pistoleiro de aluguel e em toda forma de aberração humana que tem no uso da violência explícita e implícita, a sua ferramenta preferida.
A busca desemfreada pela satisfação pode estar na compulsividade do ato sexual, no ato repetitivo de quem procura na dependência química a razão de viver, na idolatria - narcísica - do corpo ou no prazer mórbido de fuxicar a vida alheia.
Enfim, a busca pelo gozo impulsivo encontra-se subentendido em todas as formas de desquilíbrios psíquicos e espirituais, pois são milênios de existência do espírito imortal, cujas trajetórias vitais são repletas de escolhas comprometedoras no âmbito das Leis Naturais que regem o universo.
No entanto, também faz parte dessa caminhada existencial, a busca consciente por uma vida saudável - o gozar a saúde -, onde o equilíbrio psíquico-espiritual é a meta a ser alcançada. É quando exteriorizamos a alegria da vida através do lúdico, das relações interpessoais, do amor e sexo nas relações afetivas e da espiritualização como um indispensável componente no contexto da existência.
Nessa direção, o desafio do homem do terceiro milênio - o homem novo - é usar em benefício próprio e do outrem, o conhecimento acumulado de muitas vidas do espírito imortal. Para que isso ocorra de uma forma coletiva, encontra-se à sua disposição para ser manipulada em múltiplas finalidades, a sutil energia que emana da Fonte Universal.
Como exemplos, encontramos essa sutil energia no reiki, no passe espírita (fluidoterapia), florais e demais formas energéticas de tratamento consideradas "informais ou alternativas" pela ótica materialista. É encontrada também na prece espontânea, na prática da caridade desisteressada, no processo de reforma íntima e na meditação, entre outros.
Portanto, a busca pelo gozo associada ao vínculo de sua interdimensionalidade, eleva-se à natureza transcendental e reivindica espaço no contexto da vida humana.
Conhecer e fazer uso equilibrado dessa sutil energia que cura e renova o "homem velho", é investir no autoconhecimento e na saúde integral. Desconsiderá-la é abdicar de algo que lhe pertence e que não é usado em benefício próprio.
A vida é feita de escolhas e a cada reencarnação o indivíduo encontra-se diante do eterno dilema: ser ou não ser. E como já ocorreu no passado, a inconsciência do efêmero ou a consciência do eterno, deve, mais uma vez, confundir o homem velho,  mas não o homem novo que desafia o presente em busca de um encontro com a felicidade, ou seja,  o gozo perfeito.
[Flávio Bastos]

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